Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Bancos avaliam flexibilizar crédito consignado para afetados pela crise

CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: CAIO ROCHA/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

Aline Bronzati

28/04/2020 07h01

Os bancos estudam flexibilizar o crédito consignado, com desconto em folha de pagamentos, para trabalhadores cuja a renda foi impactada durante a crise gerada pelo novo coronavírus, apurou o Estadão/ Broadcast.

Na mesa, as discussões visam a implementação de mudanças temporárias como, por exemplo, a adequação de parcelas de operações já contratadas para aqueles que tiveram seus salários reduzidos ou o contrato de trabalho suspenso no âmbito da medida provisória 936, que instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

As conversas em torno de flexibilizar o consignado em casos específicos - e não de forma indiscriminada, como já foi feito em outras modalidades -, estariam avançadas e devem evoluir para um projeto de lei, detalha o executivo de um grande banco, na condição de anonimato.

No caso de trabalhadores que tiveram seu salário e jornada reduzidos em 25%, por exemplo, a parcela do empréstimo contratada seria diminuída na mesma proporção. O mesmo raciocínio vale para aqueles que tiveram o contrato de trabalho suspenso, que teriam uma carência por igual período, com as parcelas mantidas no saldo devedor sob as mesmas condições.

Ações

O debate de flexibilizar o crédito consignado ocorre em meio à propagação de ações judiciais e decretos que solicitam a suspensão dos pagamentos em meio à pandemia. Evitar que essas determinações se espalhem e coloquem em risco uma das linhas mais seguras do mercado é um dos objetivos dos bancos, que já terão de administrar o aumento dos calotes em meio à crise deflagrada pela covid-19.

Com um saldo de quase R$ 400 bilhões, até fevereiro, o crédito consignado representa hoje um terço da carteira de crédito a pessoas físicas, considerando recursos livres, de acordo com dados do Banco Central. O estoque aumentou nos últimos anos em meio à maior atenção dos bancos para a modalidade, que apesar de ser considerada "madura" no País, cresce a um ritmo anual de 15%.

Para os tomadores, o incentivo está no juro, um dos menores do mercado, considerando linhas voltadas às pessoas físicas. Consequentemente, também representa uma das inadimplências mais baixas justamente porque os bancos têm como garantia o desconto direto na folha de pagamentos dos trabalhadores.

A discussão quanto à adoção de flexibilizações temporárias no crédito consignado durante a pandemia de coronavírus estaria sendo capitaneada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), conforme relatam executivos de bancos, na condição de anonimato.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.