Prorrogação do auxílio emergencial será por decreto, diz Guedes
"Temos aquele dilema. Ou você dá um valor alto por pouco tempo ou dá valor mais baixo e estica um pouco. Vamos por essa solução", afirmou, em audiência pública por videoconferência na Comissão Mista do Congresso Nacional que monitora a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas à covid-19.
A lei que criou o auxílio emergencial determina que, em caso de prorrogação do auxílio, o governo precisa manter o pagamento mensal de R$ 600.
Segundo Guedes, o governo irá manter esse valor de desembolso mensal, mas dividirá o pagamento em duas parcelas no último mês, para que a cobertura dure mais tempo. "A lei obriga o pagamento de R$ 600 em um mês e R$ 600 no outro. Então vamos fazer três meses de cobertura, com dois pagamentos em um mês", detalhou.
Na segunda-feira, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, informou que a extensão do auxílio emergencial custará R$ 100 bilhões ao governo.
Emissão de moeda
Guedes, na videoconferência, voltou a dizer que, em teoria, o Banco Central poderia ter que emitir moeda caso a atual recessão decorrente da pandemia de covid-19 se transforme em uma depressão econômica que perdure pelos próximos anos.
"Se caíssemos em depressão de três anos, caberia ao BC recomprar dívidas diversas e emitir moeda sem risco de inflação. Mas acredito em uma recuperação mais rápida, estamos muito distantes desse caso limite", afirmou o ministro da Economia.
Capital estrangeiro
Na videoconferência, Guedes, disse ainda que o governo não tem "obsessão" pelo capital estrangeiro. "Não existe essa obsessão por capital estrangeiro. Capital estrangeiro não é salvação, a salvação é investimento", afirmou.
Ele voltou a criticar o sistema de partilha na exploração de petróleo, que segundo ele foi criado por empresas francesas para negociar com ditaduras africanas. "O sistema de partilha no petróleo é desastroso. As maiores petroleiras do mundo recusam esse modelo que significa um sistema de corrupção", completou.
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