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FMI diz que não deve emprestar dinheiro a nações com nível de dívida elevado

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, falou que o órgão não deve emprestar dinheiro a nações com nível de dívida elevado - MIKE THEILER
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, falou que o órgão não deve emprestar dinheiro a nações com nível de dívida elevado Imagem: MIKE THEILER

Eduardo Gayer

São Paulo

29/07/2020 14h31

A diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva, reforçou hoje (29), que o órgão não pedirá as "contrapartidas tradicionais" para concessão de crédito a países afetados pela crise do novo coronavírus, por ter ciência de que o choque é exógeno, e não um resultado de má gestão da economia. Ainda assim, Georgieva ressaltou que o FMI não deve emprestar dinheiro a nações com nível de dívida elevado.

"Estaríamos dificultando ainda mais a situação desses países", afirmou, em webinar organizado pelo Women's Forum.

A economista búlgara lembrou que o FMI tem capacidade de emprestar até US$ 1 trilhão aos afetados pela pandemia e já concedeu crédito a 105 países. "Para uma crise sem precedentes, uma resposta sem precedentes", disse na live. "Eu só peço que invistam em médicos e no sistema de saúde", completou.

Para a diretora-gerente do FMI, a união entre autoridades do mundo é fundamental nesse momento que exige respostas globais. Georgieva elogiou a aprovação do fundo de 750 bilhões de euros na União Europeia, que precisou de um consenso entre todos os países-membros.

Georgieva ainda ressaltou que essa crise é uma oportunidade para que a organização das economias mundiais seja repensada, com um olhar mais atento à questão da sustentabilidade. Ela ainda pediu por mais igualdade entre homens e mulheres, o que, inclusive, teria o potencial de estimular as economias do globo, de acordo com a economista.

Vacina

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional disse também que os países de todo o mundo precisarão de espaço fiscal para ter acesso à futura vacina contra a covid-19 - e que, por isso, o órgão multilateral pretende "trabalhar duro" junto aos governos, de modo a garantir as condições financeiras para o acesso universal à profilaxia.

Georgieva elogiou a atuação da Nova Zelândia no combate à pandemia e afirmou que as respostas ideais à crise sanitária não vieram das principais economias do mundo, embora não tenha criticado algum país em específico. A Nova Zelândia conseguiu praticamente erradicar o novo coronavírus após medidas rígidas de isolamento social.