Atividade no Centro-Oeste cai 3,5% no trimestre até maio, diz boletim do BC
No período mais afetado pela pandemia do novo coronavírus, o Centro-Oeste teve a menor contração do País, justificado pelo desempenho recorde da safra de soja e também pela estrutura econômica regional, com maior ligação com o setor primário e o beneficiamento desses produtos, diz o BC.
O desempenho positivo do setor primário, contudo, somente atenuou a queda observada nas atividades de serviços mais intensivas em mão de obra ou que têm um padrão de aglomeração social, como bares, restaurantes, hotelaria, recreação e comércio em geral, à exceção de supermercados, explica a autoridade monetária.
O comércio no Centro-Oeste caiu 15,2% no trimestre encerrado em fevereiro, menos do que a média nacional (-19%), enquanto o volume de serviços diminuiu 11,7% (-15,1% no País). Já a produção industrial caiu apenas 0,7% no trimestre, contrastando com a queda de 18,2% no Brasil. O carrego estatístico para a indústria no ano é de queda de 0,7%.
O BC ainda destaca que a produção de grãos deve expandir 3,8% em 2020, atingindo volume recorde de 115,8 milhões de toneladas, e que as exportações aumentaram 10,9% no trimestre até maio ante o mesmo período do ano anterior, impulsionado pelas vendas de soja, carne bovina, algodão em bruto e carne de frango.
Para as próximas leituras, a autoridade monetária afirma que indicadores alternativos indicam recuperação parcial na região. Para o BC, a retomada da economia chinesa, a colheita da segunda safra de milho e a resiliência do setor industrial local continuam como elementos que devem dar sustentação à atividade econômica na região nos próximos meses.
Os pagamentos realizados com cartão de débito compilados a partir da Câmara Interbancária de Pagamentos - Sistema de Liquidação de Cartões (CIP/SLC) nos primeiros 14 dias de julho aumentaram 17,0% na comparação com os dias 3 a 16 de junho, superando inclusive o volume de pagamentos registrado no início do ano, cita. "Esse resultado, entretanto, não é homogêneo, concentrando-se nos setores de supermercados, farmácias, material de construção e veículos. Os setores de hotéis, restaurantes, serviços pessoais e combustíveis ainda estão significativamente abaixo do período anterior aos efeitos da pandemia."
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