Não dá para Estados e municípios chegarem a acordo para a União pagar, diz Guedes
Para Guedes, a reforma tributária, com a criação de um imposto "inteligente", não reduzirá a arrecadação. "Vai ter os que vão ganhar mais e os que vão ganhar menos, mas todo mundo vai ganhar. Então não adianta jogar a conta para a União bancar uma aventura tributária com transição de seis anos, dez anos. Não é por aí. A transição tem que ser rápida, de um ou dois anos. A União vai sim compartilhar recursos, mas não vai pagar a conta", completou.
Dividendo das estatais
O ministro da Economia disse também que o governo pode começar a dividir os dividendos de empresas estatais que não forem privatizadas com os brasileiros mais pobres. Segundo ele, a proposta pode entrar nas discussões do Renda Brasil, o novo programa social em estudo pela equipe econômica.
"Se um trabalhador trabalhou e ganhou R$ 500, vamos lá e depositamos mais R$ 100 como imposto de renda negativo. É melhor do que dar R$ 200 em um programa social passivo. Temos uma rampa de ascensão social desenhado, mas não temos o dinheiro para um programa de imposto de renda negativo", afirmou Guedes.
Por isso, Guedes defende a criação de um Fundo Brasil com cotas do capital de estatais que não estão nos planos de desestatização, como a Petrobras e Caixa Econômica Federal. "Em vez da União receber R$ 25 bilhões no fim do ano em dividendos, vamos receber R$ 24 bilhões e R$ 1 bilhão vai para os brasileiros mais frágeis. Faremos o maior programa de distribuição de riqueza, e não de renda. Vamos discutir isso dentro da ideia de reforçarmos o Renda Brasil", completou.
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