Após receber críticas, Guedes diz que Marinho é 'fura-teto' e 'despreparado'
Guedes se reúne neste momento com o diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Afonso Bevilaqua. O ministro disse que, após o encontro, voltará a falar com a imprensa sobre essa polêmica com o ministro Marinho.
Segundo o sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, Estadão/Broadcast, apurou, mais cedo, o ministro do Desenvolvimento, Rogério Marinho, não poupou críticas ao titular da Economia, em uma teleconferência fechada da Ativa Investimentos hoje com alguns agentes do mercado. Segundo fontes que participaram do encontro ele teria dito que o Renda Cidadã sai por bem ou por mal. "A gente está tentando fazer da melhor forma possível. Estamos tentando manter o teto, mas há pressão para flexibilização", teria dito Marinho. O teto de gastos é a regra constitucional que proíbe que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.
De acordo com Marinho, que é um dos ministros mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, foi Guedes quem propôs usar precatórios (pagamentos devidos pela União depois de condenações na Justiça) e parte dos recursos do Fundeb, que financia a educação, para bancar o Renda Cidadã. "Não haverá proposta do governo. Seria do Ministério da Economia, mas depois do que foi feito, você acha que o Bittar [senador Márcio Bittar (MDB-AC), relator da PEC emergencial, vai confiar na Economia?", teria questionado Marinho, referindo-se ao episódio em que Guedes veio a público, na última quarta-feira, negar que o uso dos precatórios para o Renda Cidadã estivesse em estudo.
As declarações de Marinho circulam nas mesas de operação de investidores e conversas de economistas. Para uma fonte, esse é mais um evento do conflito entre os dois ministros e, com as afirmações, a percepção é a de que somente um dos dois pode estar certo. Outra fonte destacou que o tom de Marinho foi duro e que o ministro deixou claro que o Renda Cidadã será criado de qualquer maneira. O ministro do Desenvolvimento Regional ainda teria frisado que o Congresso é que vai encontrar a saída, pois o Executivo não está conseguindo propor nada.
Em nota divulgada há pouco, Marinho disse que as informações sobre a reunião chegaram à imprensa "de maneira distorcida". Segundo ele, a reunião teve o intuito de reforçar o compromisso do governo com a austeridade nos gastos e a política fiscal".
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