Guedes: estamos próximos de assinar acordo com EUA para evitar dupla taxação
Sobre a política fiscal, Guedes voltou a citar os esforços do governo para reduzir gastos. "Desde que sou economista não lembro de um governo que tenha conseguido congelar salários do funcionalismo." O segundo passo foi a redução do gasto com juros. "Passamos décadas com taxas de juros insanas, que eram inferno para empreendedores."
Guedes ainda afirmou que o governo seguirá com o objetivo de aumentar desinvestimentos e privatizações e que irá reduzir a dívida após a crise desencadeada pelo coronavírus. "Teremos que pagar pela pandemia, como uma guerra."
Segundo o ministro, as novas reformas e novas fronteiras de investimento em diferentes setores possibilitarão o crescimento. "O Brasil terá crescimento sustentável, transformando onda de consumo em onda de investimentos."
Investimentos
Guedes destacou que, em um ambiente de alta liquidez mundial, o Brasil é uma nova fronteira de investimentos e está pronto para cooperação. Segundo o ministro, a expectativa é de que o avanço da agenda de reformas, como as regulatórias e a tributária, faça o País "merecer" esses aportes.
O ministro ainda defendeu que, para competir com o avanço da China, é preciso integrar os grandes mercados americanos. Nesse contexto, o ministro disse que era favorável à fusão da Boeing e da Embraer, acordo que acabou sendo desfeito.
Gestão ambiental
No evento, Paulo Guedes, afirmou que as críticas feitas ao governo brasileiro em relação à má gestão ambiental e ao aumento das queimadas são um exagero e uma narrativa dos "perdedores da eleição." "Essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero. A Amazônia não queimou em um ano e meio, se algo está errado foi pelos últimos 30 anos."
Guedes destacou que as fronteiras brasileiras são extensas, mas que o governo tem feito o melhor para preservar a floresta, com a ajuda das Forças Armadas. Segundo o ministro, só quem não conhece o Brasil pensaria que os militares não protegeriam a floresta. "Preservamos os índios, demos 14% do território para menos de 0,5% da população."
Ainda no tema de sustentabilidade, o ministro também argumentou que o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo. "Entendemos que temos papel importante em manter matriz de energia limpa."
Inserção no mercado global
O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Roberto Fendt, repetiu que o governo trabalha para aumentar a inserção brasileira no mercado global e destacou a busca por acordos comerciais com outros países e blocos econômicos.
"Um dos nossos objetivos é aumentar a integração na região e no mundo, e a celebração de acordos com os Estados Unidos é uma das prioridades do governo de Jair Bolsonaro", afirmou, no evento online US-Brazil Connect Summit.
Fendt citou os tratados de facilitação do comércio, de melhores práticas regulatórias e anticorrupção que, segundo ele, serão a fundação de um acordo de comércio mais ambicioso. Ele lembrou que os EUA são o segundo principal parceiro comercial do Brasil.
"Temos uma oportunidade única para fortalecer as nossas relações bilaterais. A parceria com os EUA é essencial para uma recuperação sustentável", afirmou.
O secretário reforçou o compromisso do Brasil com a agenda ambiental, que é parte do acordo entre Mercosul e União Europeia. "O processo de votação e homologação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia é longo e sujeito a pressões políticas. O discurso ambiental com interesses legítimos de grupos de interesse afetam a opinião pública sobre os pontos positivos do acordo. Para nós, o acordo é um indutor do desenvolvimento sustentável", afirmou.
Fendt enfatizou que o governo brasileiro tem tomado medidas para proteger as florestas e a biodiversidade. "As queimadas mostradas em imagens de satélites não são apoiadas pelo governo. São ações criminais que têm sido combatidas pelas autoridades", completou.
Mike Pompeo
O secretário de Estados dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou que o Partido Comunista Chinês é importante para o comércio de Brasil e Estados Unidos, mas também é um enorme risco à segurança dos países. Por isso, Pompeo afirmou que o avanço de acordos comerciais com o Brasil é importante para diminuir a dependência dos dois países da China. "Queremos que os acordos com o Brasil avancem mais e mais."
Brasil e EUA estão para assinar um acordo triplo: de facilitação de comércio, de melhores práticas regulatórias e anticorrupção. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que economia de livre mercado e democracia andam juntas. "Não podemos ter economia de mercado funcionando corretamente sem democracia", disse, comentando sobre os objetivos comuns dos dois países.
Araújo e Pompeo também participaram do evento online US-Brazil Connect Summit, organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.