Enaex: Empresários apontam reformas e equilíbrio fiscal como vetores de expansão
Os participantes pontuaram ainda que, além dessas pautas, atacar a agenda do custo Brasil para a indústria seria importante porque esses entraves fazem o País gastar US$ 1 bilhão a mais que média dos pares da OCDE.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, destacou o aumento dos subsídios e dos estímulos econômicos e as cadeias de valores como os entraves à competitividade da indústria brasileira. "Precisamos reverter esta tendência e só tem um jeito de o Brasil voltar a ser competitivo e voltar a exportar: ajuste fiscal, teto de gastos, reforma tributária e acabar com a cumulatividade de impostos", disse Velloso.
De acordo com o presidente do Instituto do Aço Brasil, Marco Polo Mello Lopes, por falta de competitividade, a indústria de transformação opera com um déficit de US$ 74 bilhões. Segundo ele, entre os problemas, está a cumulatividade de impostos na carga tributária brasileira.
Representando a Associação Brasileira de Plástico (Abiplast), o executivo José Ricardo Roriz Coelho disse que se as exportações de manufatura crescessem 10%, seriam gerados de 230 mil a 240 mil empregos por ano, o que se elevaria a 2,3 milhões de novos empregos em 10 anos. "Vale lembrar que estamos falando de empregos de alta qualidade", disse Roriz.
Além disso, de acordo com Roriz, o Brasil se aproximou muito dos Estados Unidos e se afastou China, o que vai demandar esforço para recuperar confiança do país asiático. "Ao contrário dos países que tiveram crescimento da renda per capta nos últimos anos, nós perdemos participação da indústria no PIB mundial, caindo de 35% para 11%. Hoje o Brasil tem apenas 1,2% da produção mundial das indústrias da transformação e 0,8% das exportações", afirmou.
Trânsito
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Fernando Pimentel, a transição da recuperação para a retomada do crescimento é o grande desafio no momento. "Vivemos uma recuperação rápida e acima do que se esperava, mas isso não significa retomada do crescimento porque não entramos na crise com saúde financeira efetiva, já vínhamos de crescimento baixo após dois anos de recessão", ponderou.
O setor têxtil, segundo ele, foi o que mais sentiu dificuldade em retomar produção em razão do estresse nas cadeias de produção (falta de insumos). "Chegaremos ao Natal com níveis de consumo parecidos com o do ano passado, mas a queda será enorme no resultado do ano por termos parado por três meses, três meses e meio. Por não termos interrupção de produção, devemos recuperar em 2021, não totalmente, mas perto do que perdemos neste ano", disse.
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