Mourão: Se nada for feito, em dois anos não haverá como sustentar o governo
O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), afirmou na manhã de hoje em palestra comemorativa aos 126 anos da Acsp (Associação Comercial de São Paulo) que o Brasil tem enfrentado ao longo dos últimos anos crises nos sistemas político, econômico e da sociedade.
No seu entender, se nada for feito no âmbito das reformas, em dois anos não haverá condições de sustentar o governo. "Temos dois pilares básicos da economia no vermelho abalados: o déficit nas contas públicas e a produtividade", disse.
Segundo ele, o déficit nas contas públicas começou a ser sanado com a reforma previdenciária, mas isso foi gasto com os recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus.
Mourão ainda disse que se não houver uma reforma do Estado brasileiro, "que é grande e gasta mal", em dois anos não haverá condições de sustentar o governo.
"É responsabilidade do nosso governo nesses dois anos trabalhar para superar os obstáculos, fazer as privatizações e equilibrar as contas púbicas, a fim de transmitir confiança para os investidores que desejam trazer seus recursos para o Brasil."
Na palestra, ele criticou que os recursos de impostos e da dívida se perderam em gestões incompetentes e na corrupção, ao longo da crise gestada nos últimos 30 anos.
Depois de lamentar que nesses dois anos de governo não foi possível avançar nas privatizações, ele falou que a nossa produtividade é baixíssima por conta dos problemas de infraestrutura.
"O governo não tem dinheiro para infraestrutura e precisa atrair parceiro privado e, para atrair parceiro privado, precisamos ter ambiente amigável e com segurança jurídica", frisou.
E criticou também a Constituição brasileira, que no seu entender, não olhou futuro e colocou muitos deveres ao governo.
Para Mourão, é preciso investir na reforma tributária, que está madura. "Precisamos organizar e simplificar os impostos", defendeu, destacando que isso é consenso.
"Nosso sistema tributário custa R$ 70 bilhões ao ano (para governo e sistema produtivo), o que é muito", avaliou.
Sobre o novo coronavírus, ele disse que o Brasil não saiu ainda da primeira onda. "Agora é repique", disse, elogiando o sistema público de saúde brasileiro. "Lamentamos as 176 mil vítimas, mas o trabalho da nossa medicina e dos gestores foi fantástico", destacou.
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