185 mil não vão pagar conta de luz no Amapá
Vítimas da situação de calamidade que tomou conta do Amapá entre o fim de outubro e o mês passado, 185 mil consumidores de energia tiveram suas faturas de contas de luz suspensas, entre os dias 26 de outubro e 24 de novembro.
Na prática, não se trata de nenhuma benesse ao consumidor, uma vez que este ficou, de fato, sem consumir energia, tendo de conviver com o caos por semanas, em decorrência do apagão que deixou a maior parte do estado no escuro.
A isenção de cobrança, que abrangeu 13 municípios do estado, chegou a R$ 55,6 milhões no período. O governo havia autorizado o repasse de até R$ 80 milhões para cobrir essa conta.
Os municípios de Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari, segundo informações da CEA (Companhia Eletricidade do Amapá) e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), não foram afetados pela interrupção.
Em 10 de novembro de 2020, a CEA informou que o "apagão" no estado tinha afetado o fornecimento de energia para cerca de 85% da população do Amapá.
A empresa alegou que o resultado do corte levou, automaticamente à queda de seu faturamento e arrecadação, causando dificuldades para "honrar seus compromissos financeiros, tanto os relativos às obrigações setoriais, quanto com relação a outras despesas, com forte probabilidade de repercussão negativa na qualidade do serviço oferecido".
A Medida Provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), publicada em 25 de novembro, isentou os consumidores dos municípios incluídos na situação de calamidade pública do pagamento da fatura de energia elétrica referente aos últimos 30 dias, a contar de sua edição.
Paralelamente, essa MP abriu o crédito extraordinário para o Ministério de Minas e Energia, no valor de R$ 80 milhões, para transferir esse recurso à CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), encargo cobrado na conta de luz, com o objetivo de custear essa isenção.
Ao todo, a CEA atende 16 municípios em sua área de concessão, somando 207.559 unidades consumidoras, com faturamento mensal de R$ 50,7 milhões.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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