Pandemia implicou mudança no perfil do estoque e de emissões em 2020, diz Tesouro
De acordo com o Tesouro, a pandemia de covid-19 elevou a necessidade líquida de financiamento em 2020 para R$ 1,282 trilhão, ante um valor projetado inicialmente em R$ 1,067 trilhão.
"Neste contexto, o Tesouro atuou de forma a garantir os recursos necessários para o pagamento das despesas extraordinárias, respeitando as condições de mercado e utilizando disponibilidades de caixa acumuladas nos últimos anos", afirmou o Tesouro.
O Tesouro destacou que houve redução dos prazos dos títulos públicos ofertados, resultando em maior concentração de dívida a vencer no curto prazo. O órgão lembra que a dívida continua predominantemente doméstica e possui uma base diversificada de investidores.
"Além disso, o cenário doméstico de expectativas de inflação ancoradas, permitindo a manutenção da taxa Selic no menor nível histórico, tem favorecido a dinâmica decrescente dos indicadores de custo da dívida, que atingiram os menores valores da série histórica ao longo de 2020", completou o órgão.
O Tesouro ressaltou ainda que mantém uma reserva de liquidez que proporcionaria graus de liberdade na gestão da dívida para atuação em situações adversas. Ainda assim, o órgão enfatizou que a reversão no perfil de endividamento visando maior alongamento dos prazos da dívida é desejável nos próximos anos.
"O alcance desse objetivo passa por esforços de consolidação fiscal e pela agenda em favor de ganhos de produtividade do país, como forma de proporcionar a redução da dívida/PIB, favorecendo a preservação de condições benignas aos indicadores de custo da dívida", acrescentou o Tesouro.
O órgão frisou ainda que, durante a pandemia, demonstrou que possui os instrumentos adequados para atendimento de suas necessidades de caixa e gestão da dívida, permitindo adaptar as colocações de títulos públicos às condições de mercado e à diversidade de sua base de investidores.
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