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Guedes: só não disparamos auxílio ainda porque precisamos de PEC de Guerra

Em tom elogioso aos presidentes da Câmara e do Senado, Guedes disse ainda que os dois "deram demonstração extraordinária de cooperação com independência" - Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo
Em tom elogioso aos presidentes da Câmara e do Senado, Guedes disse ainda que os dois "deram demonstração extraordinária de cooperação com independência" Imagem: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

Idiana Tomazelli e Anne Warth

02/03/2021 20h12

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse hoje que o governo ainda não disparou o auxílio emergencial porque precisa da aprovação da PEC emergencial, que estabelecerá protocolos de contenção de despesas para fazer frente aos gastos urgentes. Em tom elogioso aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Guedes disse ainda que os dois "deram demonstração extraordinária de cooperação com independência".

"Temos que disparar essa PEC de Guerra (em referência à PEC emergencial), mas dentro do protocolo de crise preparado antes", disse.

O ministro citou a vacinação em massa e retomada das reformas e disse que o governo vai destravar a pauta de "saúde, emprego e renda".

"Há perfeito alinhamento, não há mais bloqueio de pauta (no Congresso). A pauta (no Congresso) estava obstruída por acordo de centro-esquerda", disse.

Guedes citou ainda estimativas do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, citadas em reunião no domingo para a vacinação em massa. Segundo ele, a expectativa é vacinar 25 milhões em 30 dias, talvez 40 milhões em 60 dias.

"Vamos envolver setor privado para ajudar na vacinação. Ao mesmo tempo, destravamos reformas num contexto de responsabilidade fiscal", disse.

Renda Brasil

Guedes disse que o governo vai garantir o auxílio emergencial a vulneráveis, mas precisa "engatar" uma reformulação dos programas sociais após o fim do benefício temporário. No ano passado, essa também era a estratégia do governo, mas não houve consenso para propor as mudanças - até o presidente Jair Bolsonaro se opôs a propostas feitas pela equipe econômica.

"Que acabe quatro, cinco meses à frente o auxílio emergencial, teremos que engatar Renda Brasil". "Iremos para o Renda Brasil dentro das bases fiscais, dentro do teto (de gastos)", acrescentou, em referência à regra que limita o avanço das despesas à inflação.

Segundo o ministro, o auxílio provou que "dar dinheiro na veia ao beneficiário acaba com miséria". "Demos dinheiro para o pobre em vez de ele ficar passeando por Brasília, bancos, Estados, municípios", afirmou.

O ministro também disse que o governo vai renovar o BEm, programa que garantiu a redução de jornada e salário de trabalhadores ou a suspensão de contratos, assim como a carteira verde amarela. Ele destacou ainda a "cooperação extraordinária" do Congresso, com "independência clara" das duas casas.