'Devemos atuar como força estabilizadora', diz economista do BCE
Segundo Lane, esse compromisso do BCE tem sido cumprido através do conjunto de instrumentos de política monetária da instituição. Entre eles, a orientação de baixa taxa de juros, programas de compra de ativo e políticas de garantia. O economista-chefe destaca ainda que essas medidas forçam reforças pelas iniciativas anticíclicas tomadas pelo órgão de supervisão do banco europeu.
"Complementando nossa política monetária acomodatícia, é essencial que a política fiscal neutralize o choque pandêmico sobre a renda e a capacidade produtiva das empresas e garanta que as condições gerais da demanda promovam uma recuperação oportuna. Além disso, apoiem as perspectivas de crescimento de médio prazo por meio de investimentos públicos que aumentem o crescimento", defendeu Lane.
O economista-chefe do BCE afirmou ainda que o papel macroeconômico da política fiscal é especialmente importante nas condições atuais. "Os multiplicadores fiscais são maiores em um ambiente de taxas de juros baixos, enquanto o impacto setorial assimétrico das medidas de restrição social só pode ser abordado por meio de medidas dessa natureza", complementa.
Além da contribuição combinada das medidas fiscais nacionais, Lane destacou o papel, que considera fundamental, do Fundo de Recuperação (Next Generation EU). "Um programa plurianual de investimento público elevado e direcionado fornece um importante motor de crescimento para a economia pós-pandemia, que é ainda ampliado pelo compromisso de realizar reformas que estimulem a recuperação", explicou o representante do BCE.
Nesse contexto, o economista considera que a atenção coordenada a investimentos verdes e à digitalização têm potencial para gerar ganhos de produtividade adicionais. O apoio fiscal para atividades básicas de pesquisa e desenvolvimento é mais uma estratégia defendida por ele para minimizar os impactos econômicos da pandemia.
Na análise de Lane, os planos de reformas nacionais devem incluir ainda a melhora de eficiência de administração do setor público. De acordo com o especialista, "isso poderia potencializar a produtividade das economias como um todo, considerando não só o tamanho do setor público nos países europeus, mas também a importância de uma administração eficiente dessa área aos custos operacionais e à resiliência de todos os outros setores".
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