Oi e BTG fecham acordo de R$ 12,9 bi
Após a incorporação da InfraCo, BTG e Globenet deterão ações representativas de 57,9% do capital social votante e total do negócio; a Oi permanece como sócia minoritária no ativo. Com o anúncio, o BTG deixa para trás o fundo norte-americano Digital Colony, que também havia feito uma proposta pela InfraCo.
A venda do controle da subsidiária de fibra óptica é importante para dar fôlego financeiro à Oi, cujas dificuldades financeiras se arrastam por quase uma década. A antiga "super tele" nacional, criada na época do governo Lula com forte apoio de recursos oficiais, agora luta para sustentar investimentos e honrar pagamentos.
A operadora vê sua situação financeira piorar ano a ano. A dívida líquida da companhia, por exemplo, cresceu de R$ 15,9 bilhões, em 2019, para R$ 21,8, bilhões em 2020. A valorização do dólar pesou sobre os empréstimos em moeda estrangeira, mas a companhia também assumiu novos financiamentos, elevando o endividamento total.
Já pelo lado operacional, a Oi busca avançar em sua estratégia de transformação em uma grande operadora de fibra óptica. Dentro deste processo, a empresa assinou a venda de seus ativos de telefonia celular para as três principais rivais, por R$ 16,5 bilhões.
Nos últimos meses, a InfraCo iniciou o processo de separação do resto do grupo, recebendo as redes de fibra óptica da Oi, sistemas e equipes para funcionar de modo independente. Na sequência, fechou os dois primeiros contratos para atuar como uma rede neutra, prestando serviço a outros provedores de banda larga.
Executivo retorna
Caso a venda do controle da InfraCo ao time do BTG Pactual seja confirmada, o negócio também marcará o retorno do executivo israelense Amos Genish para o comando de uma operadora de telefonia no Brasil. Isso porque a proposta do BTG foi acompanhada de um acordo de acionistas de esboço da composição futura do conselho de administração da companhia.
Genish é sócio e líder de negócios digitais do BTG e foi apontado para presidir o conselho da InfraCo. Ele fundou a GVT, que foi comprada pela Telefônica Brasil, na qual assumiu o cargo de CEO, até se desligar e seguir para a Telecom Itália (dona da TIM).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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