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Para IBGE, crescimento em atividades do varejo em fevereiro é ajuste pós-quedas

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume vendido cresceu 4,1% em fevereiro ante o mês anterior - Ilton Rogerio/Getty Images/iStockphoto
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume vendido cresceu 4,1% em fevereiro ante o mês anterior Imagem: Ilton Rogerio/Getty Images/iStockphoto

Daniela Amorim

No Rio

13/04/2021 13h41

Após três meses sem crescimento, o avanço de 0,6% nas vendas do comércio varejista em fevereiro ante janeiro pode ser encarado mais como um ajuste do que como uma recuperação, avaliou Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio no IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na série com ajuste sazonal, as vendas no varejo vinham de perdas em janeiro de 2021 (-0,2%) e dezembro de 2020 (-6,1%), após estabilidade em novembro (0,0%). No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o volume vendido cresceu 4,1% em fevereiro ante o mês anterior, depois de recuos em janeiro (-2,2%) e dezembro (-3,1%).

Na passagem de janeiro para fevereiro, quatro das oito atividades que integram o comércio varejista restrito registraram crescimento nas vendas: Livros, jornais, revistas e papelaria (15,4%), Móveis e eletrodomésticos (9,3%), Tecidos, vestuário e calçados (7,8%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).

Todos os segmentos com avanços vinham de perdas expressivas em meses anteriores. "A leitura de reajuste é mais aderente, mas óbvio que houve recuperação", afirmou Santos. No caso de supermercados, a inflação de alimentos deu uma trégua em fevereiro, lembrou o pesquisador do IBGE.

Segundo Santos, os quatro setores com quedas tiveram resultado perto da estabilidade: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%), Combustíveis e lubrificantes (-0,4%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,4%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%).

"O resultado de combustíveis e lubrificantes foi pressionado por um aumento de preços de combustíveis. Tem um elemento nesse setor que é a inflação", justificou. O setor também é influenciado pela pandemia. Houve redução na circulação de pessoas, e isso tem reflexo até agora", completou.

No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, houve elevação de 4,1% no volume vendido em fevereiro ante janeiro. As vendas de Veículos, motos, partes e peças aumentaram 8,8%, enquanto as de Material de construção subiram 2,0%.

"A trajetória de veículos automotores é, sim, um reajuste. Algumas oportunidades de preços em queda podem ter contribuído para que esse valor de fevereiro venha um pouco acima, mas ainda está abaixo do patamar de fevereiro do pré-pandemia. O setor de veículos não se recupera da mesma maneira que material de construção", lembra o gerente da pesquisa do IBGE.

Em fevereiro, 13,8% das empresas que relataram algum impacto nas vendas no mês apontaram que a pandemia afetou o desempenho. Em janeiro, essa proporção tinha sido de 9,1%.