Dólar se mantém em alta, apesar das exportações
"É a primeira vez que as cotações das commodities sobem e os países produtores pioram no câmbio", comentou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um evento recente. Para ele, esse comportamento atípico ocorre devido à deterioração fiscal e ao aumento da dívida dos emergentes no enfrentamento da pandemia de covid-19.
Com a demanda global por commodities, os preços em reais de produtos como soja e milho têm aumentado, o que traz pressão adicional sobre a inflação brasileira. Embora o fenômeno era tratado como passageiro no ano passado, o BC já reconhece que seus efeitos sobre a inflação são mais duradouros que o esperado. Este foi um dos fatores considerados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC no mês de março, quando a Selic (a taxa básica de juros) foi elevada de 2% para 2,75% ao ano.
Para o economista Bruno Lavieri, da 4E Consultoria, o dólar não tem cedido ante o real porque a exportação de commodities é apenas um dos fatores de influência sobre as cotações. "Há muita coisa acontecendo. Ao mesmo tempo em que o País exporta bastante e cria um superávit na balança comercial, ocorrem saídas no resto do balanço", pondera. "É o caso dos resultados de Investimento Direto no País (IDP) e portfólio. Além disso, as expectativas em relação ao futuro do real não são animadoras", completa.
O professor Michael Viriato, do Insper, destaca que o Brasil conseguiu aproveitar melhor o último boom das commodities (2003/2007), porque o País vinha em uma trajetória de melhora na condição fiscal, que começou ainda no governo FHC e continuou nos primeiros anos do governo Lula.
"O câmbio sempre responde ao crescimento econômico e à capacidade de pagamento do País. Lá atrás, o contexto internacional era favorável e o Brasil crescia impulsionado pelo crédito e melhorava seus indicadores fiscais. Agora o mundo está se recuperando, mas o Brasil está um pouco atrasado e com piora nas contas públicas."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.