IGP-M desacelera a 1,51% em abril, na maior taxa para o mês desde 1995, diz FGV
A desaceleração no período foi observada por todos os indicadores do IGP-M. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) teve alívio de 3,56% para 1,84% e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) arrefeceu de 0,98% para 0,44%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 2,00% para 0,95%, conforme divulgado pela FGV na terça-feira (27).
Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços na FGV, a desaceleração dos combustíveis orientou o recuo da inflação ao produtor e ao consumidor. "Apesar disso, a variação do IGP-M avançou mais em 12 meses, tendência que deve continuar até o próximo mês, dado que o IGP-M havia subido apenas 0,28% em maio de 2020", afirma Braz.
O IPC, com o alívio de 0,98% para 0,44%, também contribuiu para a redução do ritmo de alta do IGP-M em abril. No índice, quatro dos oito grupos registraram decréscimo no período, com destaque para Transportes (3,97% para 1,03%). Nessa classe de despesa, a maior influência para a desaceleração veio de gasolina, cuja taxa passou de 11,33% em março para 3,03% em abril.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,02% para -0,76%), beneficiado por passagem aérea (0,10% para -6,57%); Habitação (0,53% para 0,39%), com influência de gás de bujão (4,23% para 2,76%); e Vestuário (0,18% para -0,03%), com destaque para acessórios do vestuário (1,34% para -0,09%).
Por outro lado, registraram aceleração no IPC-M entre março e abril os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (0,41% para 0,99%), influenciado por medicamentos em geral (-0,11% para 1,68%); Comunicação (-0,10% para 0,36%), com combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,13% para 0,72%); Alimentação (0,10% para 0,19%), impactado por laticínios (-1,51% para 1,00%); e Despesas Diversas (0,21% para 0,37%), com serviço bancários (0,05% para 0,36%).
Principais influências
Os itens que mais contribuíram individualmente para a desaceleração do IPC-M no período, segundo a FGV, foram: passagem aérea, maçã (-10,01% para -11,14%), batata inglesa (-12,61% para -8,27%), tomate (-11,69% para -6,57%) e etanol (16,64% para -2,75%).
Em contrapartida, as principais influências individuais de alta foram gasolina, plano e seguro saúde (que repetiu a taxa de 0,83%), automóvel novo (0,87% para 1,06%), gás de bujão e aluguel residencial (0,88% para 0,62%).
IPAs
A desaceleração do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 3,56% em março para 1,84% em abril, foi explicada pela perda de força dos produtos industriais, que arrefeceram de 4,31% para 1,88% no período. Os itens agropecuários, por sua vez, avançaram levemente de 1,70% para 1,75%.
Por estágio de produção, contudo, o alívio foi geral. Os Bens Finais variaram de 2,50% em março para 1,11% em abril, com destaque para contribuição do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa passou de 18,64% para -1,08%. A taxa de Bens Intermediários caiu pela metade, de 6,33% para 3,16% no período, influenciado por combustíveis e lubrificantes para a produção, cujo porcentual passou de 18,33% para 5,08%.
Em Matérias Primas Brutas, a desaceleração de 2,11% para 1,28% nos dois meses teve contribuição de minério de ferro (2,68% para -1,23%), café em grão (9,07% para -0,50%) e suínos (4,94% para -10,48%). Por outro lado, houve impacto de alta de milho em grão (2,66% para 8,70%), leite in natura (-3,03% para 2,08%) e bovinos (1,40% para 3,09%).
Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram individualmente para a desaceleração do IPA em abril foram minério de ferro, farelo de soja (mesmo com a queda menor, de -5,74% para -5,40%), suínos, açúcar VHP (very high polarization) (10,13% para -5,05%) e gasolina automotiva (23,81% para -1,84%).
Em contrapartida, as principais influências individuais de alta foram milho em grão, bovinos, cana-de-açúcar (2,21% para 3,43%), soja em grão (mesmo com a desaceleração de 1,93% para 1,23%) e carne bovina.
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