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Diretora do FMI vê retomada desigual e pede preparação para retirada de apoio

Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, disse que o atual apoio político à economia, com medidas fiscais e na política monetária, terá de ser retirado adiante - MIKE THEILER
Kristalina Georgieva, diretora-gerente do FMI, disse que o atual apoio político à economia, com medidas fiscais e na política monetária, terá de ser retirado adiante Imagem: MIKE THEILER

Gabriel Bueno da Costa

06/05/2021 16h58Atualizada em 06/05/2021 18h40

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou nesta quinta-feira, 6, o fato de que a recuperação econômica no mundo se mostra desigual, "um problema a ser enfrentado". A autoridade falou durante o evento virtual The State of the Union 2021 - Europe in a Changing World. Ela destacou o papel da vacinação para de fato acabar com a crise atual. "A vacinação em todo o mundo é o único e principal fator para acabar com a crise global", ressaltou.

Georgieva lembrou das projeções do FMI para crescimento global de 6,0% neste ano. Ela lembrou que é um número forte, mas na sequência de uma forte contração diante da pandemia em 2020. E notou a incerteza, "sobretudo com a corrida entre a vacina e o vírus", inclusive com novas cepas da covid-19 em circulação.

A diretora-gerente do FMI disse que o atual apoio político à economia, com medidas fiscais e na política monetária, terá de ser retirado adiante, "de modo cuidadoso". E previu que, conforme isso comece a acontecer, será natural haver um aumento de falências de empresas, nesse contexto. Também disse que o mundo terá de começar a se preparar para juros mais altos no futuro, o que pode representar uma pressão para as nações mais endividadas.

"As taxas não seguirão assim para sempre", notou, dizendo que o mote "juros mais baixos por mais tempo" não significa o mesmo que "juros baixos para sempre". E disse que é preciso monitorar o que acontece nos Estados Unidos, diante do impacto da política monetária do país para o restante do mundo.

Segundo Georgieva, a recuperação da pandemia pode ser mais "verde", com medidas para conter emissões de carbono. Ela também comentou que "a crise não acabou" e que evitar cicatrizes duradouras na economia "é um ponto muito importante".