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FecomercioSP: Segmentos de vestuário e calçados foram os que mais perderam vagas

De acordo com a federação, São Paulo perdeu 27,8 mil empregos entre março de 2020 e março de 2021 - Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo
De acordo com a federação, São Paulo perdeu 27,8 mil empregos entre março de 2020 e março de 2021 Imagem: Renato S. Cerqueira/Estadão Conteúdo

Sofia Aguiar

Em São Paulo

18/05/2021 14h04Atualizada em 18/05/2021 17h43

As lojas de roupas e acessórios representam as áreas de comércio que mais perderam postos de trabalho com carteira assinada em meio à pandemia de covid-19 no comércio do estado de São Paulo.

Segundo levantamento feito pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), foram 27,8 mil empregos a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano.

Juntando com as lojas de calçados e de artigos de viagem, que somam queda de 8,1 mil postos, e conformando, assim, o setor de vestuário, as perdas são de 36 mil vagas celetistas no mesmo período.

Segundo a pesquisa, depois do vestuário, a perda de empregabilidade mais alta do comércio paulista ocorreu nas padarias, que ficaram com 7 mil empregos formais a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano.

Em seguida estão as concessionárias de veículos, com queda de 6,6 mil vagas celetistas, e os postos de combustíveis, com menos 6,2 mil.

Em serviços, o levantamento da FecomercioSP ainda mostra que a atividade que mais enxugou seu quadro de funcionários desde o início da crise de covid-19 foi a de restaurantes, que registrou um saldo de cerca de 84,6 mil postos de trabalhos formais a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano.

Depois das atividades ligadas à alimentação, o pior desempenho absoluto foi do transporte rodoviário de passageiros, com um saldo negativo de 27,3 mil empregos.

Prejuízos significativos de empregabilidade também foram registrados por atividades de limpeza (-13,8 mil), por hotéis (-13,5 mil) e por instituições de ensino infantil e fundamental (-13,4 mil) e superior (-10,2 mil).

No total, o comércio paulista fechou o período com 9,8 mil vagas a menos.

Entre os resultados positivos, estiveram o dos varejos de produtos farmacêuticos, que tiveram saldo positivo de 6.591 postos formais), das lojas de ferragens, madeira e de materiais de construção, com 8.507 a mais, e dos hipermercados e supermercados, com aumento de 14,1 mil.

O saldo do setor de serviços do estado de São Paulo fechou o período com 14,8 mil postos de trabalhos a menos, muito por causa dos bons desempenhos dos setores de atendimento hospitalar, que teve um saldo positivo em 32,8 mil vagas, e de locação de mão de obra temporária, que abriu 59,7 mil mais posições de trabalho do que fechou.

Na avaliação da federação, os números se explicam pela postura dos consumidores em meio à pandemia - impactados que estão pela queda na renda e pelo aumento do custo de vida -, mas também pelas medidas de restrição de circulação dentro das fases do Plano São Paulo, do governo estadual.

Ainda, para a FecomercioSP, os dados apontam que tipos de consumo são adiáveis para as famílias que, em contexto adverso, privilegiam gastar com estes itens básicos, como alimentos e bebidas, dentro do lar.

No entanto, os dados levantados também refletem os efeitos negativos das medidas de restrição de circulação impostas em diferentes momentos da pandemia no estado, fazendo com que muitos desses estabelecimentos ficassem meses com as portas fechadas.

Medidas de apoio às empresas

A FecomercioSP reitera o pedido de reedição das medidas que permitem que as empresas suspendam os contratos de funcionários, em caráter total ou parcial, apoiando essas pessoas por meio da ampliação do auxílio emergencial.

Para a entidade, só assim as empresas vão ter fôlego para atravessar o período crítico atual, em que os números de contaminados e mortos seguem em alta e a vacinação progride lentamente, e ter condições de dar início à retomada econômica.

A federação ainda segue solicitando que os tributos dos três níveis de governo, vencidos de abril até junho deste ano, sejam consolidados com carência estabelecida de seis meses e possibilidade de parcelamento em até 60 vezes.