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Projeção do Focus para alta do PIB de 2021 recua de 5,01% para 4,97%

Thaís Barcellos

São Paulo

25/10/2021 09h46

O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 25, mostrou nova redução na previsão para a mediana para Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, de 5,01% para 4,97%. Há quatro semanas, estava em 5,04%. Para 2022, a previsão de expansão do PIB passou de 1,50% para 1,40%. Quatro semanas atrás, estava em 1,57%.

Considerando apenas as 62 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2021 passou de 5,00% para 4,94%. Para 2022, foram feitas 60 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa avançando de 1,40% para 1,33%.

Para 2023, a projeção de crescimento cedeu de 2,10% para 2,00%, de 2,20% há um mês. Já para 2024, a estimativa passou de 2,50% para 2,25%, ante 2,50% de quatro semanas atrás.

A piora mais ampla nas expectativas de crescimento ocorre depois das manobras propostas pelo governo no teto de gastos para bancar o aumento do Bolsa Família a R$ 400. Na semana passada, diversas instituições alteraram seus cenários prevendo deterioração econômica devido à perda de credibilidade da âncora fiscal.

O Banco Central deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções para a produção industrial, devido à pouca quantidade de respostas para esse indicador.

O Relatório de Mercado Focus mostrou hoje que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 passou de 60,60% para 60,45%. Há um mês, estava em 61,00%. Para 2022, a expectativa passou de 63,00% para 62,90%, ante 62,97% de um mês atrás.

O relatório trouxe ainda alteração na relação entre o déficit primário e o PIB este ano, em 1,40% para 1,20%. No caso de 2022, a estimativa foi mantida em 1,00%. Há um mês, os porcentuais estavam em 1,50% e 1,00%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 5,68% para 5,80%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, variou de 6,69% para 6,35%. Há quatro semanas, essas relações estavam em 5,80% e 6,36%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, de superávit comercial de US$ 70,25 bilhões para US$ 70,50 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 70,70 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit cedeu de US$ 63,65 bilhões para US$ 63,00 bilhões, de US$ 63 bilhões há um mês.

Recentemente, o governo diminuiu a estimativa para o saldo comercial em 2021 de US$ 105,3 bilhões para US$ 70,9 bilhões. Ainda assim, o número permanece 34,3% superior ao de 2020.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 piorou, de déficit de US$ 4,85 bilhões para US$ 5,50 bilhões, ante US$ 2,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo nas contas externas passou de US$ 20,80 bilhões para US$ 19,00 bilhões. Um mês atrás, o déficit projetado era de US$ 17,00 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 permaneceu em US$ 50,00 bilhões, mesmo valor de um mês antes. Para 2022, a expectativa passou de US$ 60,25 bilhões para US$ 60,00 bilhões, ante US$ 62,00 bilhões de um mês antes.