Inflação também está alta nos EUA, México e China, diz presidente do BC
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta sexta-feira, 12, que as notícias atuais mostram inflação disseminada em todo mundo, assim como problemas de falta de insumos. "Notícias mostram inflação alta nos EUA, no Brasil, no México, na China, com a inflação de produtos chinesa acima de 12%. Também mostram falta de suprimentos, metal e reorganização de cadeias produtivas."
Para explicar esse fenômeno, o presidente do BC lembrou que o consumo maior de bens na pandemia elevou preços, sendo que os países que mais fizeram transferências de renda tiveram esse fenômeno mais forte.
Além disso, Campos Neto destacou que a produção de bens necessita de mais energia. "Grande demanda por bens levou a grande aumento na demanda por energia."
Campos Neto ainda destacou que isso está relacionado com a transição para a economia verde e afirmou que o financiamento é crucial para resolver os problemas.
Transição para mundo mais sustentável
O presidente do Banco Central afirmou ainda que a transição para a economia mais verde será dura e, em alguns momentos, questionada. "Quando começar a bater nos preços de alimentos e energia, governos vão se questionar, como aconteceu agora na China", diz, referindo-se aos problemas de energia na China. "O risco de transição é muito grande", completou.
Nesse contexto, o presidente do BC considerou que o financiamento para a transição passa a ser muito mais importante. "Apesar de todos os esforços das agências, de 70% a 80% do financiamento vai ser privado. Para receber investimentos, empresas e países precisarão ter selo verde."
Campos Neto faz palestra sobre Sustentabilidade do Mundo Financeiro no Seminário Internacional "Agronegócio Sustentável no Brasil", promovido pelas Comissões de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, em Lisboa.
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