País tem 38,578 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, diz IBGE
No trimestre até novembro de 2021, o País tinha 38,578 milhões de trabalhadores informais, ante 38,845 milhões em igual período de 2019. Com isso, a taxa de informalidade ficou em 40,6%, ante 40,7% em igual trimestre móvel de 2019.
Na comparação com o trimestre móvel encerrado em agosto de 2021, foram criadas 1,372 milhão de vagas informais, um avanço de 3,7%. Em relação a igual trimestre móvel de 2020, são 5,037 milhões a mais de ocupados em vagas informais. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, as ocupações informais responderam por 43% do total da expansão da ocupação.
O número de trabalhadores por conta própria, que normalmente trabalham na informalidade, ficou em 25,841 milhões de pessoas, renovando o recorde da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012, segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Na comparação com o trimestre móvel imediatamente anterior, o número de ocupados por conta própria cresceu em 588 mil pessoas, avanço de 2,3%. Na comparação com o trimestre móvel até novembro de 2020, são 3,232 milhões de trabalhadores por conta própria a mais, alta de 14,3%.
Beringuy destacou que os empregos informais tiveram papel crucial na recuperação da ocupação durante a pandemia, puxando a geração de vagas, especialmente nos primeiros meses após o impacto inicial da covid-19. Agora, nos trimestres móveis do fim de 2021, a geração de ocupações formais ganhou força.
"Após o impacto inicial, nos primeiros trimestres de 2020, a ocupação informal era que estava realmente puxando a recuperação. Agora, já percebemos que há uma participação maior também do emprego com carteira, que passou por uma certa inércia no início, mas, ultimamente, vem crescendo", afirmou Beringuy.
Em resumo, a pesquisadora do IBGE destacou que o mercado de trabalho ainda não atingiu a situação anterior à pandemia completamente, por exemplo, quando se analisa o contingente de trabalhadores com carteira assinada ou o total de ocupados em algumas atividades específicas, como alojamento e alimentação. Mesmo assim, o fim de 2021 foi marcado por uma "consolidação" da recuperação do mercado de trabalho, com criação de vagas generalizada entre as atividades econômicas e também de empregos formais.
Carteira assinada
Também segundo o IBGE, o total de trabalhadores com carteira assinada ficou em 34,224 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em novembro de 2021. A variação da população ocupada nessas condições aponta para a criação de 1,330 milhão de vagas no setor privado com carteira em um trimestre, avanço de 4,0% ante o trimestre móvel encerrado em agosto.
Segundo Adriana Beringuy, é a maior alta em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. Na comparação com um ano antes, são 2,645 milhões de trabalhadores com carteira assinada a mais, alta de 8,4%.
Os dados são diferentes, tanto em termos de metodologia quanto de período de referência, das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo de responsabilidade do recém-recriado Ministério do Trabalho, previstos para serem divulgados na próxima semana. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana das estimativas de analistas para o saldo entre admissões e demissões, em dezembro de 2021, é negativa em 171 mil postos. Com isso, conforme a mediana, 2021 deverá fechar com a criação de 2,868 milhões de vagas.
De qualquer forma, ela destacou que a criação de vagas com carteira assinada já está puxando a expansão da ocupação. Em um trimestre, as vagas tidas como informais responderam por 43% da expansão total da população ocupada. Nos primeiros meses da retomada do mercado de trabalho, a participação dos postos informais na expansão da ocupação chegou a ficar entre 70% e 80%, disse a pesquisadora do IBGE.
Ainda conforme Adriana Beringuy, a expansão do emprego com carteira foi puxada pela indústria, pelo comércio e pela atividade de alojamento e alimentação, um dos mais atingidos pela crise causada pela covid-19 e, portanto, um dos últimos setores a se recuperar.
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