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PIB deve apresentar crescimento moderado no primeiro trimestre, projeta IFI

Brasília

13/04/2022 17h26

A despeito de medidas de estímulo anunciadas pelo governo, a queda dos salários em termos reais e a política monetária restritiva devem desaquecer a demanda interna e manter o crescimento da economia brasileira em níveis baixos, de acordo com o novo Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) divulgado nesta quarta-feira pela Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado. O órgão segue com a perspectiva de alta de 0,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, em linha com o consenso do mercado.

Para a instituição, o PIB deve apresentar crescimento moderado no primeiro trimestre do ano. O documento destaca que, embora os principais indicadores de janeiro tenham mostrado desaceleração, há sinais de melhora em fevereiro e março. Entretanto, a intensificação do conflito no Leste Europeu aumenta a incerteza sobre a recuperação da economia brasileira, uma vez que seus efeitos potenciais para a atividade doméstica são ambíguos.

"A perspectiva de menor crescimento econômico global e de importantes parceiros comerciais, sobretudo a União Europeia, o atraso na normalização das cadeias globais de produção e logística, o efeito da aceleração do nível de preços sobre a renda disponível e a manutenção da taxa de juros em patamares elevados para conter a deterioração das expectativas de inflação representam vetores negativos para a atividade doméstica. Por outro lado, os efeitos negativos sobre a atividade poderiam ser em parte atenuados pelo aumento dos termos de troca proporcionado pelo novo cenário de preços de commodities e pela reduzida corrente de comércio do Brasil com os países envolvidos no conflito", detalha o relatório.

A IFI reconhece a redução contínua da taxa de desemprego desde julho do ano passado, mas ressalta que predominam as contratações nos segmentos informais da economia. Além disso, o documento destaca que a PNAD Contínua do IBGE mostra que o rendimento médio real do trabalho recuou 8,8% no trimestre encerrado em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado.

"A variação dos rendimentos do trabalho, em termos reais, persiste no terreno negativo em virtude da inflação e do enfraquecimento do reajuste nominal. Além da piora do poder de compra devido à inflação alta e persistente, o aumento mais concentrado das contratações em atividades de menor remuneração (efeito composição) também afeta negativamente a trajetória do rendimento médio", enfatiza o relatório.