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Petrobras está dando dica que quer aumentar combustíveis de novo, diz Bolsonaro

11.jun.2022 - O presidente Jair Bolsonaro durante encontro com apoiadores em Orlando (EUA) - Alan Santos/PR
11.jun.2022 - O presidente Jair Bolsonaro durante encontro com apoiadores em Orlando (EUA) Imagem: Alan Santos/PR

Eduardo Gayer

Brasília

15/06/2022 12h50

O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quarta-feira, 15, que a Petrobras está "dando dica de que quer aumentar os combustíveis de novo". "Não interessa quanto seja o aumento, já está absurdo o preço dos combustíveis", declarou em entrevista ao canal no YouTube da jornalista Leda Nagle.

Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), houve uma reunião entre a cúpula do governo e a diretoria da estatal na noite de segunda-feira para tentar impedir um novo aumento dos combustíveis planejado para esta semana. A ideia seria aumentar a gasolina em 9% e o diesel em 11%, amenizando assim a defasagem de preços com o mercado internacional.

A alta dos combustíveis é considerada um risco para os planos de reeleição de Bolsonaro pelos impactos na popularidade do governo em ano eleitoral.

Nesta quarta, a Câmara aprovou o texto-base do projeto de lei complementar patrocinado pelo Palácio do Planalto que fixa um teto de 17% para o ICMS sobre combustíveis, energia elétrica, telecomunicações e transporte coletivo.

Na entrevista, Bolsonaro também reiterou críticas à Petrobras. "Temos dois problemas no Brasil: impostos e Petrobras", declarou o presidente, que nesta quarta-feira chamou o lucro da empresa de "extorsivo". "Petrobras tem insensibilidade e existe para dar lucro a funcionário e acionista", acrescentou.

Segundo ele, a Petrobras não precisa anunciar reajustes "imediatamente" após a variação do petróleo no exterior. "Até a questão da PPI Preço de Paridade de Importação, você não precisa reajustar imediatamente quando aumenta o preço lá fora", declarou.

Criticada por Bolsonaro, mas também pelo seu principal adversário nas eleições deste ano, o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a política de preços da Petrobras determina que o valor do barril de petróleo será atrelado à cotação da commodity no mercado internacional.

De acordo com Bolsonaro, a crise dos combustíveis agora será resolvida. "Não resolveu mudar presidente da Petrobras em outras ocasiões, mas pode ter certeza que você vai descobrindo as coisas com o tempo. Vai ser resolvida esta questão dos combustíveis. Vai ser transparente", declarou, sem explicar a qual suposta falta de transparência se referia.

Ele confirmou a dificuldade do governo em trocar o comando da Petrobras. "Estamos há um mês tentando trocar presidente da Petrobras e não conseguimos. Sachsida está tentando", declarou.

Adolfo Sachsida é o ministro de Minas e Energia empossado no lugar de Bento Albuquerque, demitido por não conseguir impedir os reajustes da Petrobras em ano eleitoral.

Bolsonaro se confundiu ao longo da entrevista e disse que o preço do combustível no País é potencializado pela guerra entre Ucrânia e "Estados Unidos", em vez de Rússia. "Preço de combustível está absurdo no mundo, mas no Brasil poderia estar mais barato", declarou o presidente, que ainda prometeu "nunca mais" restaurar a incidência de imposto federal sobre o gás de cozinha.