Após quatro altas, dólar cai e Bolsa fecha no positivo com avanço do PIB
Depois de terminar a segunda-feira a R$ 6,065 — maior valor nominal de fechamento da história — o dólar oscilou o dia todo e finalizou esta terça-feira (3) em queda. A Bolsa de Valores terminou o pregão em alta.
Um conjunto de fatores — o crescimento do PIB brasileiro, o pacote de corte de gastos e a promessa de mais estímulos para a economia chinesa — influenciaram os mercados hoje.
O que aconteceu
O dólar comercial terminou a terça em baixa de 0,21%, vendido a R$ 6,056. O turismo teve queda de 0,14%, a R$ 6,297.
A Bolsa de Valores de São Paulo teve alta de 0,72%. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, valorizou para 126.139 pontos.
O dólar deu uma leve trégua ao real, após quatro dias seguidos renovando recordes históricos em meio à descrença fiscal interna e cautela sobre tarifas comerciais no futuro governo Trump nos EUA. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou ontem impor barreiras de 100% caso países emergentes deixem de usar o dólar como moeda de referência para comércio exterior.
Mas hoje dados do Produto Interno Bruto forçaram a moeda americana para baixo.
O PIB do Brasil cresceu 0,9% no 3º trimestre de 2024, na comparação com os três meses anteriores, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No terceiro trimestre de 2024, o total foi de R$ 3 trilhões. Esse valor é 4% maior do que o apurado no mesmo período de 2023.
Geralmente, o mercado não gosta de altas no PIB, pois elas podem representar inflação à frente. Mas desta vez, como o crescimento foi impulsionado pelo aumento dos investimentos, principalmente, com avanço de 2,1% neste trimestre, os reflexos foram positivos. Para os economistas, crescimento alavancado por investimentos ajuda a criar capacidade instalada (maquinário, tecnologia) para que o país continue com um desenvolvimento sustentado.
Além disso, muitos investidores estão vendendo a moeda (realização de lucros) para aproveitar as altas recentes. No exterior, o dólar teve baixa com a alta do petróleo e do minério de ferro, e principalmente após as promessas do banco central da China (PBoC) de implementar políticas de apoio à economia em 2025. A China é a maior consumidora de produtos exportados pelo Brasil. Se a economia chinesa crescer, o Brasil vende mais e o dólar, aqui, cai.
Mas os efeitos do pacote de corte de gastos continuam pressionando a divisa contra o real. Na semana passada, o governo brasileiro divulgou medidas para diminuir seus gastos em R$ 70 bilhões em dois anos. O pacote desagradou os investidores, principalmente pela isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Por isso, a moeda oscilou durante todo o dia entre altas e baixas.
Com Agência Estado e Reuters
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