Hapvida investe R$ 2 bi em hospitais e mira em público de SP que paga mais
A operadora de planos de saúde Hapvida vai investir R$ 2 bilhões na expansão de sua rede de hospitais e centros de atendimento até 2026, sendo R$ 1 bilhão só em São Paulo. Um dos focos do investimento é atrair um público que pode pagar mais pelo plano de saúde. A operadora, dona também da NotreDame Intermédica, é conhecida pelos planos de saúde mais baratos.
Unidades premium
Rede aposta em hospitais premium em bairros nobres de São Paulo. A operadora vai inaugurar quatro novos hospitais em São Paulo e região metropolitana. Dois deles vão oferecer "serviço de saúde premium", com alta tecnologia, atenção especial à hotelaria e serviços personalizados. Um desses hospitais ficará na Vila Clementino e terá capacidade para 250 leitos. O outro, com foco em atendimento materno e pediátrico, também terá 250 leitos e ficará na avenida Brigadeiro Luís Antônio, nos Jardins.
Operadora mira em planos de saúde com mensalidade mais alta. As unidades premium visam aumentar a verticalização do atendimento de clientes que possuem plano mais caro, com direito a usar uma rede maior de hospitais, além das unidades próprias da Hapvida. Quando os hospitais estiverem prontos, a operadora também pretende lançar novos planos com foco nesse público, inclusive com opções de plano individual, modalidade não contemplada hoje pelos planos mais caros da Hapvida.
Além da alta complexidade, esses hospitais terão hotelaria e serviço mais elevados. O público do meio para o topo da pirâmide requer uma rede mais ampla, e esses hospitais serão mais uma opção para o usuário utilizar nossos serviços próprios.
Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida
Dez novos hospitais
No total, a operadora vai abrir dez novos hospitais. As novas unidades serão localizadas em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Manaus (AM), Fortaleza (CE), Recife (PE), Belém (PA) e Campo Grande (MS). Serão 1.811 novos leitos no total. Além dos dois hospitais premium, os investimentos em São Paulo preveem a reforma e reinauguração de dois hospitais (em Anália Franco e Santo André), e a ampliação do hospital Cruzeiro do Sul, em Osasco. Também estão previstos um pronto atendimento, seis clínicas, oito unidades de diagnóstico e 14 unidades de coleta laboratorial.
O investimento será via caixa próprio e parcerias. Dos R$ 2 bilhões a serem investidos, R$ 630 milhões virão do caixa da empresa. O restante será via contratos de BTS (built to suit), pelos quais uma gestora constrói o hospital, alugado para a Hapvida. Com isso, a empresa diminui a necessidade de investimento em imóveis. Os contratos são de longo prazo, e a Hapvida tem a opção de comprar a unidade.
Momento econômico é favorável
Momento econômico, com desemprego em baixa, favorece a operadora. O momento econômico do país é positivo para a empresa, disse Luccas Adib, vice-presidente de finanças da Hapvida. "Temos um desemprego muito baixo, que favorece muito a venda de produtos corporativos. Assim como temos um aumento na ocupação dos brasileiros, o que faz com que ele tenha mais capacidade de comprar plano de saúde", disse.
Perspectiva para 2025 é positiva. O CEO, Jorge Pinheiro, disse que o próximo ano deve reverter a tendência dos anos anteriores. "A gente finaliza o ano de 2024 com viés de crescimento. E, considerando o nosso investimento em expansão, o desemprego como está e mantendo esse perfil de crescimento econômico, a gente espera ter um ano de crescimento em 2025, revertendo a tendência de 2023 e 2024", disse.
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