Ex-ministro da Fazenda Ernane Galvêas morre aos 99 anos
Galvêas foi funcionário de carreira do Banco do Brasil, instituição em que ingressou no ano de 1942. Em 1953, ele assumiria a chefia adjunta da Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) do banco. Ao longo dos anos seguintes, Galvêas desempenhou cargos e missões públicas junto a organismos econômicos brasileiros e internacionais.
Em 1961, durante o governo do presidente Jânio Quadros, passou a exercer a função de assistente econômico do Ministério da Fazenda, e depois, tornou-se secretário executivo da Comissão Especial sobre Produtos Agrícolas. Passaria ainda pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste e pela Superintendência Nacional de Abastecimento (Sunab).
Em 1965, já no regime militar, Galvêas voltou ao posto de assistente econômico da Fazenda, que ocuparia até julho de 1966, até ser nomeado diretor da carteira de comércio exterior (Cacex) do BB.
Em 1968, nomeado pelo general Costa e Silva, assumiu a presidência do Banco Central, que havia sido criado quatro anos antes. Ocuparia o posto até março de 1974, e depois disso, alternou entre postos na iniciativa privada, passando pela Aracruz Celulose, e cargos públicos.
Em 1979, voltaria ao BC, ocupando a presidência da autoridade monetária até janeiro de 1980, quando foi nomeado ministro da Fazenda pelo presidente João Figueiredo. Esteve à frente do ministério em um período de alta inflação e também durante a chamada crise da dívida externa, em 1982, que levou a negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) das quais ele fez parte.
A partir de sua saída do Ministério, Galvêas passou a integrar órgãos consultivos nos setores público e privado. Nos últimos anos, atuava como assessor econômico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Repercussão
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lamentou, por meio de nota, a morte de Galvêas. Segundo a entidade, ele é uma referência para a economia e a história brasileiras, e seguirá como uma referência para as próximas gerações.
"A dedicação e os esforços para resolver os problemas da economia brasileira marcaram suas passagens pelo ministério da Fazenda e pelo Banco Central", afirma a entidade, em nota assinada por seu presidente, Isaac Sidney. "Sua relação com o sistema financeiro completa oito décadas este ano: em 1942 prestou concurso para o Banco do Brasil onde começou a trabalhar em uma agência no bairro carioca do Méier."
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