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Expectativa de câmbio para 2022 e para 2023 permanece em R$ 5,20 no Focus do BC

Vista do prédio do Banco Central do Brasil em Brasília (DF) - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
Vista do prédio do Banco Central do Brasil em Brasília (DF) Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Thaís Barcellos

Brasília

07/11/2022 09h31

O cenário do dólar ante o real em 2022 e 2023 completou a 15ª semana seguida sem alterações no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 7, pelo Banco Central (BC).

A estimativa para o câmbio este ano continuou em R$ 5,20, mesmo valor de um mês antes. Para 2023, também permaneceu em R$ 5,20, repetindo a estimativa de quatro semanas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

Estimativa para Selic no fim de 2023 segue em 11,25%

O mercado financeiro manteve pela vigésima semana consecutiva a projeção para a taxa Selic no fim deste ano em 13,75%, enquanto, para o término do ano que vem, já é nona semana que o porcentual esperado está em 11,25%, conforme o mais recente Relatório Focus do Banco Central.

Considerando apenas as 74 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o juro básico no fim deste ano também seguiu em 13,75%. Para o término de 2023, contudo, houve revisão baixista, de 11,25% para 11,00%.

No Copom de outubro, o Banco Central manteve pela segunda reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária ainda voltou a indicar a estabilidade da Selic nesse patamar por "período suficientemente prolongado". Também manteve o alerta de que, caso a desinflação não ocorra como o esperado, os juros podem voltar a subir.

Atualmente, o horizonte relevante da política monetária considera os anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.

Conforme o Boletim Focus, a previsão para a Selic no fim de 2024 continuou em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Já a mediana para o fim de 2025 subiu de 7,75% para 8,00%, contra 7,75% de quatro semanas antes.

Previsão de alta do PIB de 2022 segue em 2,76%

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 7, mostrou estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas aumento na projeção para 2023. A mediana para a alta do PIB em 2022 continuou em 2,76%, contra 2,70% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 avançou de 0,64% para 0,70%, ante 0,54% um mês antes.

Considerando apenas as 50 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 2,74% para 2,77%. No caso de 2023, houve 49 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,76% para 0,70%.

O Relatório Focus do Banco Central (BC) ainda mostrou manutenção da projeção para o crescimento do PIB em 2024, em 1,80%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,70% e 2,00%, nessa ordem.

Relação dívida/PIB

O Relatório de Mercado Focus indicou também leve melhora na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana caiu de 58,60% para 58,45%, contra 58,40% um mês atrás.

Já a perspectiva para a relação entre resultado primário e o PIB deste ano se manteve em superávit de 1,00%. Há um mês, a mediana era de 0,91% do PIB. A relação entre déficit nominal e PIB em 2022 variou de 6,20% para 6,10%, contra 6,40% de quatro semanas antes.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 62,95% para 62,90%, de 63,23% há um mês. A mediana para o déficit primário seguiu em 0,50% do PIB, mesmo porcentual de quatro semanas antes. Para o rombo nominal, a projeção variou de 7,70% do PIB para 7,50%, após 14 semanas de estabilidade.

Previsão para IPCA de outubro sobe de 0,41% para 0,42%

Os economistas do mercado financeiro elevaram marginalmente a projeção para o índice de inflação oficial (IPCA) de outubro no Boletim Focus do Banco Central. O avanço da mediana foi de alta de 0,41% para 0,42%. Há um mês, era de 0,34%.

Para o IPCA de novembro, a estimativa continuou em 0,40%, contra 0,46% um mês antes.

Já para dezembro, a previsão para o indicador passou de 0,68% para 0,66%. Era de 0,71% há quatro semanas.

A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses também continuou em alta de 5,13% - há um mês, estava em 5,20%.