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Diretora do Fed reitera previsão de mais aperto, mas cita dependência de dados

São Paulo

10/01/2023 16h22

Diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Michelle Bowman reiterou, nesta terça-feira, 10, que espera contínuo aperto da política monetária, mas explicou que as dimensões dos próximos aumentos de juros dependerão da evolução dos indicadores macroeconômicos.

"Estarei procurando por sinais convincentes de que a inflação atingiu o pico e por indicações mais consistentes de que a inflação está em uma trajetória descendente, ao determinar tanto o tamanho apropriado de futuros aumentos nas taxas quanto o nível em que a taxa dos Funds é suficientemente restritiva", disse Michelle, em evento em Miami, na Flórida.

A dirigente acrescentou que, quando os juros estiverem em níveis suficientemente restritivos, devem ficar lá por algum tempo. "A inflação está muito alta e estou focado em reduzi-la para nossa meta de 2%", disse.

Desemprego

Michelle Bowman afirmou também que o desemprego nos Estados Unidos segue baixo em meio ao aperto da política monetária. "Considero isso um sinal de esperança de que conseguiremos reduzir a inflação sem uma desaceleração econômica significativa", disse.

A dirigente, no entanto, ressaltou que espera enfraquecimento do mercado de trabalho nos próximos meses, à medida que o Fed continua a atuar para conter a inflação.

Segundo ela, há riscos ainda de que choques econômicos desacelerem a atividade econômica. "É importante ter em mente que há custos e riscos em apertar a política para reduzir a inflação, mas vejo os custos e riscos de permitir que a inflação persista como muito maiores", pontuou.

Criptomoedas

A diretora do Federal Reserve alertou ainda que as criptomoedas podem representar "risco significativo" a consumidores, empresas e potencialmente ao sistema financeiro como um todo.

Segundo ela, o Fed e outras agências reguladoras seguirão focados nessa área, mas não devem conter a inovação. "Ao inibir a inovação, poderíamos estar empurrando o crescimento nesse espaço para o setor não bancário, levando a muito menos transparência e risco potencial à estabilidade financeira", advertiu.