Autonomia do BC em lei ajuda a reduzir volatilidade do mercado, diz Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (19) que a independência do BC formalizada em lei, criticada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ajuda a diminuir a volatilidade do mercado.
Ele lembrou que a independência foi votada pelo Congresso e chancelada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
"Eu acho que em muitas entrevistas as coisas são tiradas de contexto. De um lado, Lula se orgulha de Henrique Meirelles ter sido independente no BC, e de outro diz que acha que não precisa da lei, porque ele garante a independência sem lei. Mas, olhando para o Brasil, vemos que o mercado seria muito mais volátil se não houvesse a independência em lei. Seria uma questão que adicionaria mais volatilidade na curva longa de juros", respondeu Campos Neto, em palestra na UCLA Anderson School of Management.
O presidente do BC citou o exemplo do Peru, que tem passado por distúrbios sociais e trocas de governo sem que o seu banco central tenha sido afetado. O presidente do BC repetiu que ficará no cargo até o fim do seu mandato, em 2024.
"O Congresso brasileiro votou pela independência e o STF chancelou que essa seria a melhor forma de organização. A independência não é um desejo só do Banco Central. Temos que responder ao desejo dessas pessoas que votaram essa lei e mostrar que vamos seguir independentes", completou Campos Neto.
Conversibilidade do real
O presidente do Banco Central disse ainda que a instituição busca alcançar a conversibilidade do real, inclusive com a possibilidade de abertura de contas em diversas moedas no País, mas destacou que esse processo é longo e ainda está apenas no começo.
"A conversibilidade da moeda não é algo que se faz, é algo que se ganha com credibilidade e estabilidade", afirmou Campos Neto.
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