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Governo não tem intenção de fazer mudanças na relação com BC, diz Padilha

O presidente Lula  ao anunciar o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) como ministro da Secretaria de Relações Internacionais - 22.12.22 - Ueslei Marcelino/Reuters
O presidente Lula ao anunciar o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) como ministro da Secretaria de Relações Internacionais Imagem: 22.12.22 - Ueslei Marcelino/Reuters

Lisandra Paraguassu e Isabel Versiani

Em Brasília

19/01/2023 17h54Atualizada em 19/01/2023 18h16

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira que não há "nenhuma predisposição" do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central.

No Twitter, Padilha afirmou que, em seu governo anterior, Lula deu plena autonomia ao então presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido", escreveu Padilha.

Os comentários do ministro foram feitos um dia depois de o presidente Lula ter posto em dúvida, em entrevista à GloboNews, a vantagem de um Banco Central autônomo e questionado se os níveis das metas atuais de inflação não são baixos demais.

Em discurso público nesta quinta, Lula voltou a abordar a política monetária, questionando o porquê de a taxa básica de juros estar no nível que está —Lula citou erroneamente uma taxa de 13,5%, quando a Selic já está em 13,75%

As falas do presidente incomodaram o mercado, com investidores enfatizando principalmente preocupações com uma interferência política na fixação das metas de inflação. O dólar tinha alta de 0,45% nesta tarde, após ter subido 1,11% na véspera.

"O governo sabe que a política monetária e o papel de análise da macroeconomia do Banco Central são de extrema importância", escreveu Padilha. "E, também por isso, a convivência respeitosa entre as instituições vai continuar sendo a ordem dessa gestão", completou o ministro.

As metas de inflação são fixadas pelo Conselho Monetário Nacional que, pela configuração atual, é formado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.