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Inflação nos EUA está 'muito elevada' e se mostra 'teimosamente persistente', diz membro do Fed

São Paulo

16/06/2023 11h35

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Richmond, Tom Barkin, afirmou nesta sexta-feira, 16, que a inflação "permanece muito elevada" nos Estados Unidos, bem acima da meta de 2%. Ele apontou que o BC dos EUA "tem se movido de modo agressivo" contra isso, mas "a inflação tem se mostrado teimosamente persistente".

Em discurso na Maryland Government Finance Officer Association, ele notou que os preços continuam em níveis que não são consistentes com a meta de 2%, o que tem ocorrido desde a primavera local de 2021.

Ao mesmo tempo, a oferta ainda enfrenta problemas oriundos da pandemia, como aposentadorias e "desafios residuais na cadeia de produção", em algumas áreas, como a de automóveis ou no maquinário. "O processo de retomar o equilíbrio entre oferta e demanda tem sido lento", admitiu.

Barkin considera que a "experiência de inflação dos últimos poucos anos deixou sua marca", com empresas redescobrindo seu poder de ajustar preços, por exemplo. De qualquer modo, avalia que há uma "história plausível" em andamento para que a inflação caia, com o enfraquecimento da demanda.

Segundo ele, a demanda está de fato enfraquecendo, o que se vê em setores mais sensíveis aos juros, como o de moradia, a indústria e os investimentos das empresas. Ao mesmo tempo, há um atraso na transmissão da política monetária na economia, acrescentou.

Já os gastos dos consumidores "permanecem resilientes", afirmou, com salários mais altos também apoiando esse quadro. O mercado de trabalho mostra alguns sinais de "normalização", mas com alguns indicadores ainda fortes, acrescentou.

Segundo Barkin, a questão agora é se a inflação pode acalmar com consumidores com maior renda ainda gastando e o mercado de trabalho "ainda robusto". "Saberemos bem mais sobre isso nos próximos meses."

Ele disse que o Fed "desacelera seu barco" conforme se aproxima do porto, em metáfora que se refere ao fim do ciclo de aperto, mais próximo agora. A velocidade menor dá ao BC norte-americano tempo para avaliar os dados e a demanda e "avaliar se mais precisa ser feito", finalizou.