Expectativa de novas quedas da Selic anima Ibovespa, apesar de NY e dado fraco da China
Após abrir em queda, o Ibovespa migrou para o terreno de alta e há instantes tocou o nível dos 119 mil pontos. Além da fraqueza dos índices de ações futuros de Nova York, a queda de mais de 2,00% e de 0,48% do minério ferro, em Dalian, na China, limitam avanço maior do principal indicador da B3. Há preocupações com a demanda mundial por matérias-primas, após dado de exportação da China relativo a outubro mais fraco do que o esperado.
A safra de balanços e as expectativas de avanço da agenda econômica também estimulam o Índice Bovespa, que ontem subiu 0,23%, aos 118.431,25 pontos. Na véspera, saíram os resultados trimestrais do Itaú Unibanco e da Gerdau.
A alta do principal indicador da B3 é puxada principalmente por ações relacionadas ao ciclo econômico, diante de sinais de que haverá ao menos mais dois cortes de meio ponto porcentual na Selic em dezembro e em janeiro, após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e em meio a falas do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Os juros futuros e o dólar caem, neste ambiente.
Destaque ainda ao setor de grandes bancos, após o balanço forte do Itaú Unibanco e, na ponta oposta, recuo de ações ligadas a commodities.
Na avaliação do estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, o mercado gostou do tom da ata do Copom, indicando novas reduções do juro básico. Na semana passada, o Copom reduziu a Selic de 12,75% para 12,25% ao ano. Além disso, cita Laatus, os investidores também viram com bons olhos a afirmação de Campos Neto, de que "julgamos como apropriado ritmo de cortes de 0,5 ponto da Selic", disse, em evento na capital paulista.
O quadro fiscal interno é monitorado. Mais cedo, o senador Eduardo Braga (MDB-AM), relator da reforma tributária, divulgou sua complementação de voto que será lida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) hoje. O senador aceitou mais 37 emendas apresentadas por senadores, tanto da base de apoio ao governo, quanto da oposição.
No exterior, os investidores esperam por falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), diante da expectativa de sinais sobre juros. Há pouco, O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que não há discussão entre "meus colegas sobre quando começaremos a cortar juros."
Ontem, recorda o Bradesco em relatório, "diretores da autoridade mostraram um menor otimismo sobre a inflação e o início do ciclo de cortes de juros." O Banco acrescenta que na Ásia as bolsas encerraram o pregão em queda, após as exportações chinesas frustrarem as expectativas, deixando em segundo plano o bom desempenho das importações
Às 11h22, o Ibovespa subia 0,56%, aos 119.091,48 pontos, ante alta de 0,66%, na máxima aos 119.214,11 pontos. Vale caía quase 1,00%, enquanto Petrobras cedia em torno de 0,70%. No caso de grandes bancos, a alta máxima era de 2,09% (Itaú Unibanco). A maior elevação da carteira do Ibovespa, contudo, era Magazine Luiza, com ganhos de 8,395.
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