Campos Neto: Juros estão tão restritivos no Brasil que podemos continuar a cortá-los
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que embora as expectativas de longo prazo para inflação estejam baixando, estão um pouco acima da meta. "Mas pensamos que as taxas (de juros) são tão restritivas no Brasil que podemos continuar com o processo de baixar as taxas, pois com a inflação baixando, as taxas reais de juros sobem e há espaço para reduzir os juros e continuar no campo restritivo."
Neste contexto, Campos Neto ressaltou que é apropriado o BC continuar o ritmo de corte de juros de 50 pontos-base nos próximos dois encontros do Copom. "Depois disso vai depender de muitas coisas. Muitas incertezas serão dissipadas até lá. Temos um cenário internacional que aponta muita preocupação, há problemas geopolíticos, há incertezas relativas a preços de petróleo. Mas quando observamos como os mercados emergentes reagiram e o Brasil tem reagido, isso nos coloca em um sentimento positivo."
Em áudio divulgado pelo Banco Central da entrevista concedida à TV Bloomberg, o presidente da autoridade monetária explicou porque o real está com um bom desempenho perante o dólar, apesar do cenário internacional desafiador.
"Primeiro, o Brasil melhorou em termos de ganhar credibilidade com o ciclo adotado mais cedo para conter a inflação", disse.
Ele apontou também que o País conta com ingresso de capitais forte e bom desempenho das exportações do setor agrícola. "Em relação às contas externas, o Brasil está indo relativamente bem. Ao mesmo tempo, há uma percepção de que economias avançadas têm dívidas bem mais elevadas e, como resultado, tem risco muito maior, como é possível ver no mercado de CDS", disse o presidente do BC.
"Ao observar a diferença entre o Brasil e algumas economias avançadas, o Brasil está indo bem, e é por isso que a moeda está bem comportada", concluiu.
Brasil está se saindo bem em relação a economias avançadas
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o Brasil está se saindo bem em relação a economias avançadas, onde haveria uma percepção de dívidas maiores e, portanto, de maior risco. Isso ajudaria a explicar o "bom comportamento" do real frente ao dólar, segundo Campos Neto.
O dirigente argumentou que o Brasil melhorou em termos de credibilidade e também está indo bem quanto a suas contas externas.
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