FMI diz que países precisam ampliar reformas fiscais, reduzir gastos e ampliar arrecadação

Países do mundo todo precisam adotar apertos fiscais mais rigorosos para conter o avanço da dívida pública global no médio prazo, afirma o Fundo Monetário Internacional (FMI) no relatório Monitor Fiscal, divulgado nesta quarta-feira, 17. Segundo a instituição, os países tendem a gastar mais e tributar menos em anos eleitorais, e em 2024 o mundo presenciará um número recorde de pleitos nacionais - o equivalente a metade da população global vai às urnas.

Apesar do apelo, o FMI espera um "aperto fiscal moderado", ainda que insuficiente. O relatório destaca que o déficit fiscal, em anos eleitorais, tende a ser 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) acima das expectativas.

"Neste ano, os governos devem exercer contenção fiscal para preservar finanças públicas sólidas", diz o texto.

Como solução, o FMI recomenda que os governos eliminem os legados da política fiscal da era da pandemia de covid-19 e da crise energética na Europa e realizem reformas para conter o aumento das despesas. As economias avançadas com populações envelhecidas devem conter as pressões sobre os gastos com saúde. Além de reduzir os desembolsos, o FMI destaca que é fundamental aumentar a arrecadação.

O fundo alerta que, se as políticas atuais permanecerem na mesma toada, os déficits primários de um terço das economias avançadas e emergentes permanecerão acima dos níveis de estabilização da dívida em 2029. "Sem mais esforços, o regresso da política orçamentária ao normal pré-pandemia poderá levar anos", alerta o relatório.

De acordo com Monitor Fiscal, enquanto os gastos permanecem elevados, desafios estruturais como a transição verde e demográfica exigirão mais dos cofres dos países. Em paralelo, as perspectivas de crescimento se abrandam, enquanto as taxas de juros reais ficam mais elevadas, o que restringe o espaço orçamentário nas economias.

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