Bancos revisam de 10,6% para 10,5% projeção de alta do crédito em 2024, mostra Febraban

Os bancos brasileiros revisaram para baixo, de 10,6% para 10,5%, a projeção de crescimento do crédito neste ano em relação ao ano passado, de acordo com a edição de novembro da Pesquisa de Economia Bancária e Expectativas da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A revisão se deu principalmente no crédito direcionado, de acordo com a entidade.

Na visão da Febraban, a consolidação da expectativa de crescimento na casa dos 10% reflete a recuperação do crédito na primeira metade do ano, impulsionada pela queda dos juros no primeiro semestre, além do controle da inadimplência, do aumento da renda das famílias e do lançamento de novos programas pelo governo, como o Acredita.

"O resultado da pesquisa consolida a expectativa de uma expansão do crédito na faixa de dois dígitos neste ano, em um ambiente de atividade econômica e mercado de trabalhos mais aquecidos do que o esperado", disse o diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da entidade, Rubens Sardenberg.

Ele afirma que o momento positivo deve continuar no ano que vem, mesmo com a retomada do ciclo de alta da Selic pelo Banco Central. "A sensação é que no caso de uma redução da incerteza fiscal e, consequentemente, uma elevação mais contida da taxa Selic, poderíamos ter uma nova alta do crédito na faixa de dois dígitos no ano que vem."

Os bancos esperam que a carteira de recursos direcionados cresça 11,7% neste ano, contra projeção anterior, de 11,9%, capturada na pesquisa de setembro. A baixa se deu pela revisão, de 12,1% para 10,7%, das expectativas para a carteira de crédito direcionado para pessoas jurídicas.

Essa revisão tem como pano de fundo uma reavaliação do alcance de programas públicos destinados a empresas, em especial os que foram lançados para o público do Rio Grande do Sul após as enchentes que atingiram o Estado, em maio deste ano. De acordo com a Febraban, o desempenho dos programadas parece ter ficado abaixo do esperado.

Por outro lado, o crédito direcionado para pessoas físicas teve a projeção revisada para cima, de 11,6% para 11,9%. O mesmo aconteceu com o crédito livre para empresas, cuja projeção de alta passou de 8,2% para 8,5%. O crédito livre para pessoas físicas teve revisão negativa, e os bancos esperam que cresça 11,1% neste ano, contra 11,3% na projeção anterior.

Os bancos melhoraram a projeção para o crescimento do crédito no ano que vem, de 9,1% para 9,3%. A alta veio com a revisão para cima na projeção para a carteira com recursos livres, de 8,9% para 9,2%.

Por outro lado, as instituições pioraram a expectativa para a inadimplência neste ano e no próximo. As expectativas passaram a ser de índice de atrasos de 4,5% nos dois anos, sendo que em setembro estavam em 4,4% para 2024, e em 4,3% para 2025.