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Quer investir em Itaú, AmBev e Vale sem risco de perda?

31/05/2012 18h40

SÃO PAULO - Termina na próxima segunda-feira (4) o período de reserva da oferta inicial dos ETFs (Exchange Traded Funds, ou fundos de índices) ECOO11, patrocinados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), que vão seguir o desempenho do ICO2 (Índice de Carbono Eficiente) calculado pela BM&FBovespa.

O grande diferencial desta oferta é que o BNDES se compromete a recomprar as cotas no prazo aproximado de um ano após a emissão pelo preço que o investidor pagou (sem acréscimo de correção monetária e juros e descontado de todos os tributos e encargos).

Isso quer dizer que, caso as ações em que o ETF se espelha caiam neste período, fazendo com que a cota do ETF também perca valor, o investidor tem a garantia de que não perderá nada. “Ele só ‘perde’ o rendimento que poderia ter tido se escolhesse outra aplicação, mas não fica com prejuízo”, afirma o professor do LabFin, Keyler Carvalho Rocha.

O valor mínimo de reserva é de R$ 1 mil, e o máximo, de R$ 300 mil. Entretanto, quem quiser ter a opção de revender as cotas para o BNDES só pode reservar até R$ 25 mil, optando pelo fundo “com opção de venda”.

Para o professor do LabFin, optar pelos fundos que oferecem opção de venda pode ser uma boa alternativa para os investidores conservadores que querem diversificar a carteira de investimentos e efetuar uma exposição em renda variável. “É bom para quem quer fazer uma aplicação em bolsa, mas tem medo de perder o capital”, ressalta.

Não há restrições para venda do ETF em bolsa a qualquer momento. Mas é importante lembrar que para garantir o recebimento de todo o capital aplicado em caso de desvalorização do papel, o investidor terá que manter o dinheiro investido no ETF por mais de um ano e menos de um ano e um mês. Após esse período, expira o compromisso do BNDES de recomprar o ETF pelo valor fechado na oferta.

O educador financeiro e gerente-geral do INI (Instituto Nacional de Investidores), Mauro Calil, acrescenta: “O fato de o BNDES estar oferecendo capital protegido pode ser visto de forma positiva. O banco provavelmente está visualizando alguma ‘luz no final do túnel’ em relação à crise na Europa e deve estar acreditando na recuperação do mercado acionário nacional. Senão eles não ofereceriam esta opção”, opina.

Empresas que investem em sustentabilidade
O educador financeiro também aponta que as empresas que investem em sustentabilidade devem ser olhadas de outra forma pelos investidores.

“Uma empresa que implementa ações de sustentabilidade enfrenta mais regras e dificuldades no seu processo de gestão. Assim, essas empresas acabam tendo uma eficiência acima da média, pelo fato de se imporem dificuldades e conseguirem superá-las”, afirma o educador financeiro. “Tanto que existem grandes fundos estrangeiros que investem nestas empresas justamente porque acreditam que elas possuem uma gestão mais eficiente”, continua.

De fato, o desempenho das empresas que fazem parte do ICO2 tem se mostrado superior ao das demais empresas do Ibovespa (principal índice da bolsa paulista) nos últimos meses. Para se ter uma ideia, desde de o início de 2011 até o dia 30 de maio, o índice ICO2 registrou uma valorização de 1,36% enquanto o Ibovespa recuou 22,38% no mesmo período.

O ICO2
O ICO2, índice que será refletido pelo ECOO11, é composto pelas ações das companhias participantes do índice IBrX – 50 que adotam práticas transparentes com relação a suas emissões de GEE (Gases Efeito Estufa).

Para a ponderação das ações das empresas componentes, a BM&FBovespa leva em consideração o grau de eficiência de emissões de GEE, além do fere flat (total de ações em circulação) de cada uma delas.

Veja as ações com maior peso no índice:

  • ITUB4 (Ações preferenciais do Itaú Unibanco) – 12,19%
  • AMBV4 (Ações preferenciais da AmBev) – 11%
  • BBDC4 (Ações preferenciais do Bradesco) – 10,6%
  • VALE5 (Ações preferenciais Classe A da Vale) – 7,6%
  • VALE3 (Ações ordinárias da Vale) – 5,22%
  • BBAS3 (Ações ordinárias do Banco do Brasil) – 3,99%
  • BRFS3 (Ações ordinárias da Brasil Foods) – 3,72%
  • CMIG4 (Ações preferenciais da Cemig) – 3,64%
  • CIEL3 (Ações ordinárias da Cielo) – 3,59%
  • CCRO3 (Ações ordinárias da CCR) – 3,28%

Entenda o que é um ETF
Os ETFs, também conhecidos no Brasil como fundos de índice, buscam obter o retorno com base em determinado índice de ações, com suas cotas negociadas na Bolsa de Valores.

Eles representam todas as ações que compõem a carteira teórica do índice usado como referência e possibilitam que o investidor tenha acesso a uma carteira diversificada sem aplicar individualmente em todos os papéis que compõem esta carteira.

Em relação aos fundos de ações, uma das diferenças está na taxa de administração, geralmente menor nos ETFs. No caso do ETF do BNDES, a taxa de administração será de 0,38% ao ano – um das menores do mercado.