Dólar tem leve queda, a R$ 5,1301, e Ibovespa sobe 0,2% em dia de cautela

O dólar comercial encerrou a sessão desta quinta-feira (16) cotado a R$ 5,1301, em queda de 0,13%, apesar do sinal predominante de alta da moeda norte-americana no exterior e do avanço das taxas dos Treasuries. Operadores afirmam que o dia foi de ajustes de posições, com a moeda brasileira favorecida pela entrada de exportadores para aproveitar as cotações mais elevadas e pela de valorização de commodities como o minério de ferro.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, observa que exportadores aproveitam para internalizar recursos quando a taxa de câmbio se aproxima de R$ 5,15, o que leva a momentos pontuais de queda mais forte do dólar no mercado doméstico. "De resto, estamos ainda muito dependentes dos dados americanos e dos sinais do Fed. Vimos até uma diminuição recente de posições 'compradas' em dólar, mas o clima é de cautela ainda com a economia americana".

A recuperação da moeda brasileira foi limitada tanto pela própria manutenção de percepção de risco doméstico quanto por uma aceleração dos retornos dos Treasuries, em meio a declarações mais duras de dirigentes do Banco Central norte-americano.

No início da tarde, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, reiterou que o BC americano ainda precisa de mais confiança de que a inflação ruma para a meta. Apesar da boa noticia do CPI de abril, a perda de fôlego dos índices de preços tende a ser mais lenta do que no fim de 2023, sugerindo que o Fed pode postergar mais o início de um eventual ciclo de cortes de juros.

"O dólar até chegou a cair com mais força pela manhã, após o estresse de ontem com a Petrobras. Mas acabou reduzindo a queda com o exterior. As taxas dos Treasuries atingiram máximas ao longo da tarde", afirma o operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora, para quem uma recuperação mais forte do real pode ocorrer apenas quando o Fed sinalizar ao menos um corte de juros neste ano. "Por enquanto, o discurso do Fed ainda é de cautela, o que mantém o dólar forte no mundo".

Bolsa

O Ibovespa se manteve em margem de flutuação estreita nesta quinta (16), entre a mínima de 127.922,45 e a máxima de 128.965,46 pontos, para encerrar em leve alta de 0,2%, aos 128.283,62, recuperando parte da perda, também discreta (-0,38%), do dia anterior. Após o vencimento de opções sobre o Ibovespa na quarta-feira, o giro financeiro ficou em R$ 23,5 bilhões na sessão desta quinta (16).

Na semana, o Ibovespa avança 0,54% e, no mês, ganha 1,87% - no ano, a perda segue em 4,40%.

O dia foi ainda ruim para Petrobras (ON -1,82%, PN -2,84%) após queda na casa de 6% na quarta-feira, mas o efeito de baixa sobre o Ibovespa recebeu o contrapeso, nesta quinta, de Vale (ON +0,73%), em sessão mista para as ações de grandes bancos, embora com variações não muito distantes da estabilidade (Santander Unit -0,04%, Bradesco PN +0,53%, Itaú PN -0,3%, BB ON +0,11%).

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Na ponta vencedora do Ibovespa, Minerva (+9,38%), JBS (+4,63%), Marfrig (+4,44%), Vamos (+4,21%) e BRF (+3,29%). No lado oposto, CVC (-7,44%), Azul (-5,44%), Yduqs (-4,87%) e Transmissão Paulista (-3%).

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