Diversificar ou concentrar? Saiba o que fazer com pouco dinheiro
SÃO PAULO – Para os investidores iniciantes muitas vezes surge a dúvida: invistir tudo em uma única aplicação ou diversificar o portfólio? Especialistas da área têm opiniões diferentes na hora de responder a questão.
“O problema de diversificar com pouco dinheiro é a baixa rentabilidade. O melhor para quem tem pouco dinheiro é concentrar em uma aplicação, para acumular dinheiro e conseguir chegar em um investimento melhor”, defende o especialista da MoneyFit, Antônio De Julio.
Para quem está começando e ainda não dispõe de um valor alto para aplicar, a sugestão do especialista é investir em um título do Tesouro Direto e deixar, no mínimo, por 6 meses por causa dos custos envolvidos. Os papéis são emitidos com objetivo de financiar as dívidas do governo e são considerados de baixíssimo risco, o que é excelente para um investidor iniciante que está concentrando todos os recursos em um único lugar.
As chances de um governo "quebrar" e não honrar os seus pagamentos até existem, mas são muito pequenos - é muito mais fácil que isso aconteça com uma instituição financeira, por exemplo. Por isso, para quem vai colocar todo o dinheiro em uma única "cesta", o Tesouro Direto aparece como uma das melhores alternativas, tanto pelo baixo risco de crédito, quanto pela rentabilidade atrativa.
Contraponto
Já o professor de economia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), Waldomiro Piedade, tem opinião diferente. Para ele, o recomendável é diversificar, mesmo que você ainda esteja começando e tenha pouco dinheiro disponível para aplicar.
O professor aponta que não é interessante concentrar todo o valor em apenas uma aplicação, pois os riscos também são maiores e fica mais fácil ter uma rentabilidade muito baixa. Na opinião dele, o investidor que está começando deve olhar para as principais aplicações de renda fixa e avaliar as melhores oportunidades.
“Antes de escolher o investimento é importante pesquisar as taxas de CDBs (Certificado de Depósito Bancário), preço dos títulos públicos (Tesouro Direto) e olhar até mesmo a poupança”.
Para os depósitos novos, efetuados a partir de 4 de maio, a caderneta de poupança remunera em 70% da Selic mais TR (Taxa Referencial) sempre que a Selic estiver em 8,5% ao ano ou menos, como agora.
Entretanto, nos depósitos antigos (efetuados até 3 de maio), permanece a regra anterior: 6,17% ao ano mais TR, independentemente do nível da Selic. Ou seja, para quem tem aplicação na caderneta com esta remuneração, vale a pena manter.
No caso dos CDBs, o investidor compra títulos nominativos emitidos por instituições financeiras, que os vendem como forma de captação de recursos. Um atrativo desta aplicação é o fato dela ser assegurada pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Sendo assim, caso o banco quebre, o fundo garante até R$ 70 mil por CPF.
Além disso, é possível escolher entre um CDB prefixado ou um pós-fixado. No primeiro caso, a taxa é acertada antes e o investidor já sabe qual será o rendimento ao final do prazo. Já no segundo, a taxa oscila de acordo com o CDI (Certificado de Depósito Interbancário).
Em relação à possibilidade de se investir via fundos de investimentos, o professor não recomenda a aplicação. “Os fundos têm que ser muito bem pesquisados, por causa das taxas de administração. Dependendo da quantia investida e do valor da taxa, a rentabilidade é puxada para baixo”, conclui.
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