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"Novela" de fusão Oi/Tim, venda de ativos da PDG e adiamento de grupamento agitam radar

07/01/2016 20h37

SÃO PAULO - Enquanto o mercado segue atento para o mercado chinês e o primeiro pregão após a paralisação recorde da bolsa na segunda maior economia do mundo, o noticiário corporativo segue agitado, com novidades sobre uma possível fusão envolvendo a Tim e a Oi, além da venda de ativos da PDG. Confira os destaques abaixo:

Oi (OIBR4) e Tim (TIMP3)
A Oi iniciou conversas com a rival TIM para uma potencial fusão, com discussões inicialmente focadas em questões de governança, disseram duas fontes com conhecimento direto do assunto, segundo a agência de notícias Reuters.  

O Conselho da Telecom Italia, que controla a TIM, e o presidente-executivo da Oi, Bayard Gontijo, estão liderando as conversas, que também consideram possíveis mudanças nas regras da indústria de telecomunicações brasileira que podem favorecer a união, disseram as fontes.

Nenhuma das fontes disse quando as conversas entre o Conselho da Telecom Italia e a Oi começaram. Essas discussões, que não envolveram um eventual valor para uma operação de união das empresas, podem estabelecer as bases para uma proposta final de fusão entre TIM e Oi, disseram as fontes.

Uma terceira e uma quarta fontes disseram que o assessor da Oi no processo, o grupo BTG Pactual, deve apresentar uma proposta de fusão antes do fim de janeiro. O plano incluirá a participação da LetterOne Holdings, do bilionário russo Mikhail Fridman, com uma injeção de até 4 bilhões de dólares na Oi, disseram as mesmas fontes.

O Bank of America Merrill Lynch e o Bradesco BBI são os bancos contratados pela Telecom Italia e TIM para avaliar o negócio.

A Oi e o BTG Pactual poderão contratar mais dois bancos para atuar como assessores e fornecedores de crédito para a operação, afirmou a segunda fonte. Enquanto Oi e BTG Pactual querem que a LetterOne se torne acionista da empresa combinada, a Telecom Italia não vê o envolvimento da empresa russa de investimento como absolutamente necessário, disse a primeira fonte. A LetterOne tem um período de sete meses de exclusividade para o acordo Oi-TIM que expira em maio.

Telecom Italia, Oi, BTG Pactual e LetterOne não comentaram o assunto. Porém, segundo a Bloomberg, em uma conversa com um porta-voz da Telecom Itália, direto de Roma, não há conversas formais ou informais com a Oi.

PDG Realty (PDGR3)

A PDG Realty pretende vender terrenos e imóveis avaliados em R$ 461 milhões para reduzir dívida e reforçar seu caixa, informou nesta quinta-feira.  A construtora e incorporadora assinou memorando de entendimentos com o Banco Votorantim e BV Empreendimentos e Participações e concedeu um prazo de exclusividade para a negociação de um acordo definitivo.

Os recursos serão usados para reforçar o caixa da empresa e amortizar dívidas com o Banco Votorantim. Com o negócio, a alavancagem ampliada da PDG será reduzida em cerca de R$ 1,578 bilhão, cerca de 23% do total, disse a companhia, em fato relevante.

A PDG contratou no ano passado assessora financeira do Rothschild para ajudá-la na reestruturação de dívida.  A companhia informou em setembro que não realizará lançamentos de imóveis no curto ou médio prazos, diante de uma situação de endividamento e estoques elevados agravada pela situação macroeconômica brasileira.

Os ativos envolvidos no potencial acordo desta quinta têm um custo a incorrer de cerca de R$ 673 milhões e dívida financeira líquida de R$ 444 milhões, que serão assumidos pelos interessados, caso a venda se concretize, disse a PDG.

Rossi (RSID3)
Uma das empresas mais castigadas pelo mercado nos últimos anos, a construtora Rossi Residencial não realizará o grupamento esperado para suas ações no pregão da próxima sexta-feira (8) na Bovespa. Conforme comunicou a companhia na tarde desta quinta, a assembleia geral extraordinária que votaria sobre a proposta não foi instalada por falta de quórum. Com isso, uma nova reunião será convocada para a discussão do tema. Enquanto isso, os papéis RSID3 seguem negociados abaixo do patamar de R$ 1,00.

"De acordo com as diretrizes legais, a administração da Companhia promovera, oportunamente, a segunda convocação da assembleia geral extraordinária para examinar, discutir e votar as matérias propostas", dizia o comunicado enviado pela Rossi ao mercado. "A assembleia geral extraordinária sera instalada, em segunda convocação, com a presença de acionistas titulares de qualquer numero de acoes com direito a voto, nos termos da parte final do art. 135 da Lei das S.A".

Neste fechamento, os ativos RSID3 encerraram cotados a R$ 0,58 - o que corresponde a uma queda de 10,77% -, ao passo que em 6 de janeiro de 2013, valiam R$ 23,55 em valores ajustados. O movimento de desvalorização acumula o desempenho fraco do setor de construção e os efeitos nocivos da alta do dólar sobre o endividamento das empresas.

CSN (CSNA3)
Uma reunião entre representantes da CSN e o sindicato de metalúrgicos de Volta Redonda terminou sem acordo nesta quinta-feira, com impasse sobre questões como aumento da jornada dos trabalhadores de seis para oito horas diárias, informou a entidade trabalhista.  Segundo a entidade, a reunião iniciada na gerência regional do trabalho, vinculada ao Ministério do Trabalho, ocorreu entre às 9h e 15h desta quinta-feira mas não atingiu um acordo.

Além do aumento da jornada, a CSN quer suspender pagamento de adicional de 70% de abono de férias, o pagamento de adicional de horas extras e hora noturna em percentuais acima da legislação, entre outras propostas.

A discussão ocorre em meio a planos da CSN para interromper a produção do alto-forno 2, responsável por 30% da capacidade da usina siderúrgica da empresa em Volta Redonda, algo que pode envolver a demissão de 3 mil trabalhadores diretos e 2 mil indiretos, segundo cálculos do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense.

Segundo o sindicato, a empresa não oficializou ainda seus planos para o equipamento neste ano. A empresa afirmou no fim de dezembro que estava avaliando medidas para reduzir a produção de aço em 2016 diante do mercado interno em retração e problemas gerados por medidas de proteção comercial nos Estados Unidos, além de aumento das exportações de produtos siderúrgicos da China.

A entidade trabalhista informou que a CSN não está aceitando discutir adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal ou outras ferramentas como suspensão de contratos de trabalho (layoff).  Procurada, a CSN informou que continua em negociação com o sindicato.

Os estudos da CSN acontecem enquanto a rival Usiminas prevê parar a produção de aço de usina em Cubatão (SP), citando o cenário de recessão e queda nos preços nos mercados internacionais. A decisão vai implicar na demissão de 4 mil funcionários da usina.

Com Reuters