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Economista norte-americano cria equação para decidir se vale mais a pena comprar ou alugar imóvel

04/04/2016 15h08

SÃO PAULO – Recentemente, um especialista em investimentos imobiliários dos EUA disse que “só idiotas compram casas”.

Já o economista do MIT Erik Brynjolfsson explicou no Quora que comprar é melhor do que alugar do ponto de vista de dividendos.

Essas duas respostas têm a ver com investimento em imóveis, e ambos os lados têm bons argumentos. No Brasil, especialistas afirmam que é preciso ter alguns cuidados na hora de investir em um imóvel. Entretanto, até mesmo os mais agressivos sugerem que pode fazer sentido ter uma parcela em imóveis na carteira.

Mas e se você quiser tomar a decisão para si mesmo, com base em números reais e na sua situação financeira?

Para William Bernstein, autor de “If You Can: How Millenials can Get Rich Slowly”, existe uma equação, e a mesma foi resumida no Now York Times pela jornalista Tara Siegel Bernard.

De acordo com a reportagem, nunca se deve pagar um valor superior ao de 15 anos do aluguel mensal na compra de qualquer casa. Isso porque uma pessoa que gaste mais que esses 180 meses de aluguel poderia, potencialmente, usar melhor esse dinheiro investindo no mercado, considerados os custos de ter uma casa própria.

“Então se um apartamento tiver um valor de aluguel de US$ 4.000 ao mês, isso significa que você não deveria pagar mais que US$ 720.000 por uma propriedade equivalente”, escreve a jornalista.

Simplificando, o cálculo é o seguinte: 180 x [valor de mercado do aluguel mensal] = [preço máximo de compra].

A conta foi feita com base no mercado dos EUA, mas faz sentido também para as realidades de outros países. O segredo é ir atrás dos investimentos que fariam sentido para o seu perfil e analisar a rentabilidade deles nesses 180 meses.

Para o economista Luiz Calado, autor do livro Imóveis, da editora Saraiva, é complicado tentar criar uma fórmula semelhante a essa para o Brasil por conta de alguns fatores que não devem ser ignorados: "o Brasil é completamente diferente dos EUA em prazos de financiamento; taxas de financiamento; percentual do bem que se pode financiar e exigência de comprovação de renda para obter esse financiamento", explica ele. " E outra, lá não tem o custo abusivo do cartório, acho q qualquer pessoa que já comprou imóvel no Brasil já se enfureceu com este custo, que alias ninguém faz nada. Só o custo do cartório, isoladamente, já é responsável por abocanhar boa parte do ganho de uma operação com imóvel."

Levando em consideração tanto esses fatores quanto as diferenças entre rendimentos de aplicações aqui e nos Estados Unidos, ele conclui que, embora as pessoas às vezes precisem de fórmulas prontas, é difícil resumir tudo a uma multiplicação no Brasil. 

Matéria atualizada em 05/04/2016 às 15h25