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"Não existe espaço para Estado inchado e ineficiente", diz Temer em posse de chefes das estatais

01/06/2016 10h16

SÃO PAULO - O presidente em exercício Michel Temer voltou a chamar a atenção para os efeitos de uma das mais graves crises econômicas pelas quais o Brasil passa, com um "déficit de mais de R$ 170 bilhões do governo anterior", desemprego e inflação que "ainda inspira vigilância". Em discurso realizado em cerimônia de posse de presidentes das estatais na manhã desta quarta-feira, o peemedebista, no entanto, mostrou confiança em superar as adversidades e recuperar a economia brasileira.

"É possível reverter esse quadro, retomar a confiança e o crescimento", afirmou o presidente em discurso realizado no Palácio do Planalto. Para tal, Temer conta com a nova equipe de comandantes para instituições públicas. Nesta manhã, são empossados  os presidentes da Petrobras (Pedro Parente), Caixa Econômica Federal (Gilberto Occhi ), Banco do Brasil (Paulo Caffarelli ), BNDES (Maria Sílvia Bastos Marques) e Ipea (Ernesto Lozardo ). "Nomeados hoje têm perfil que queremos para o Brasil. Todos são profissionais com serviços", elogiou o presidente interino.

Embora tenha feito críticas a "erros que comprometeram a governabilidade e qualidade de vida", Temer disse que não falará em "herança de espécie nenhuma" recebida do governo afastado e complementou que apenas vai "revelar a verdade dos fatos". O presidente em exercício voltou a defender a aprovação do alongamento do déficit fiscal para este ano e disse que está sendo encaminhado para o Congresso uma medida de limite de despesas.

"Não existe espaço para Estado inchado e ineficiente", declarou Temer. "Estado não é máximo, nem mínimo; é suficiente, eficiente". O presidente, no entanto, alertou para "sacrifícios" que estão por vir para que o país consiga superar "uma das grandes crises de sua história". Para tal, ele afirmou que o governo interino tem base parlamentar para aprovar medidas urgentes, mas fez questão de reiterar que o percentual de despesas com saúde e educação "não será modificado". "Todas essas medidas não resolverão da noite para o dia os nossos problemas, mas é preciso recuperar a confiança do povo brasileiro", afirmou.

Posse e Lava Jato
Temer ainda fez elogios aos empossados por ele. O presidente interino afirmou que "Maria Sílvia [que comandará o BNDES] é uma pioneira e é um exemplo por tudo que fez no passado e pelo que fará no futuro". No Banco do Brasil, Temer afirmou que Paulo Rogério Caffarelli conhece por dentro o banco e começou lá como menor aprendiz.

"Gilberto Occhi é outro presidente que conhece por dentro a Caixa", afirmou. Sobre Ernesto Lozardos, que assumirá o Ipea, ele afirmou que o presidente da Instituição tomará soluções realista, porque já há "muitos diagnósticos" O presidente em exercício pediu ainda que sua equipe trabalhe duro, com os olhos no horizonte, e com ética.

Ao falar sobre Petrobras (PETR3; PETR4), Temer afirmou que a companhia foi vítima de práticas que a desmerece e que a petroleira irá entrar em rota de recuperação com Pedro Parente no comando.

Além disso, sobre supostas tentativas de obstruir as investigações, ele reiterou: "Ninguém vai interferir na Lava-Jato. Digo pela enésima vez que não haverá a menor possibilidade de interferência do Executivo nessa matéria"