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O trader do Citi no Japão que provocou uma derrocada de 9% da libra em 40 segundos

08/12/2016 14h11

SÃO PAULO - Eram 7h07 da manhã em Hong Kong do dia 7 de outubro e o pânico se instaurou nos mercados. O motivo: uma derrocada de 9% da libra esterlina em apenas 40 segundos durante a abertura dos negócios na Ásia. O tempo suficiente para empurrar a moeda  britânica para o menor patamar em 31 anos, indo de US$ 1,26 para US$ 1,14. 

O que provocou a queda repentina da libra, conhecida como o "flash crash"? Ainda não há uma resposta certa sobre o movimento, que girou por muito tempo em especulações de que o problema poderia estar em um um algoritmo, que fez aumentar o volume de artigos e notícias negativas a respeito das consequências do "Brexit", potencializando a queda. No entanto, investigações conduzidas pelas autoridades britânicas começam a colocar uma luz sobre o caso. 

Segundo infromações do Financial Times, a derrocada da moeda foi provocada por um trader do Citigroup na Ásia. Investigações conduzidas pelo Reino Unido apontam que o trader realizou múltiplas ordens de venda quando a moeda já estava em queda e em um período do dia de liquidez reduzida, o que acabou exacerbando a derrocada.

Essa enxurrada de ordens foi o suficiente para jogar o valor da libra para a mínima em 31 anos, um desempenho que não tinha sustentação em notícias publicadas no dia. Um dos responsáveis envolvidos na investigação adiante que o trader teria "entrado em pânico" quando viu a libra negociar em terreno negativo e optou por despejar ordens de venda. 

O Citi, em nota de esclarecimento, descartou responsabilidade de crash da libra e disse que geriu de forma apropriada a situação e que seus sistemas de controle funcionaram corretamente nesse período. O banco, no entanto, recusou-se a dizer se alguém tinha sido alvo de processo devido a esse caso ou se foram alterados os procedimentos na instituição. 

A reportagem do Financial Times aponta ainda que o incidente levanta questões sobre a qualidade de supervisão e da gestão de risco nos grandes bancos em negociação cambial.

A queda da libra desde o Brexit até o "flash crash" do dia 7 de outubro: