Ibovespa sobe com noticiário corporativo e medidas de estímulo
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, com notícias corporativas e medidas de estímulo à economia ocupando os holofotes, enquanto o recuo das ações da Vale atenuou ganhos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 0,4%, a 104.119,54 pontos. O volume financeiro da sessão somava 16 bilhões de reais.
O analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, chamou a atenção para a melhora das empresas ligadas ao consumo e varejo com o governo anunciando medidas para estimular a economia que envolvem a liberação de FGTS e PIS/Pasep.
O Ministério da Economia calcula que a flexibilização das regras de saques dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai gerar um crescimento de 0,35 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) em 12 meses.
"Outra pauta que segue em andamento nas mesas de operações é a questão do corte da taxa de juros na próxima quarta-feira, com possibilidade de queda em 0,50 ponto", acrescentou Chinchila, destacando que representa outro incentivo à atividade econômica.
O analista ponderou, contudo, que o Ibovespa segue operando com menor volatilidade nos últimos pregões por conta do recesso parlamentar, e investidores aguardando novidades sobre as reformas da Previdência e tributária.
DESTAQUES
- BR DISTRIBUIDORA (SA:BRDT3) teve alta de 1,19%, após a Petrobras aprovar a venda de fatia de 30% na empresa de combustíveis, o que pode envolver até 9,6 bilhões de reais se for negociado um lote adicional de ações. Três fontes com conhecimento do assunto disseram que há demanda suficiente para a venda de todo o lote suplementar.
- CIELO disparou 12,9%, um dia após a empresa de pagamentos reportar lucro trimestral aquém das expectativas, com operadores atrelando o movimento a compras para cobertura de posições por agentes que haviam alugado os papéis para vendê-los. Apesar do resultado ainda pressionado, a Cielo (SA:CIEL3) estima ter elevado sua participação de mercado no segundo trimestre e disse que vai investir na concessão direta de crédito a lojistas como parte do esforço para reagir à prolongada pressão sobre suas margens devido à agressiva competição no setor.
- VIA VAREJO (SA:VVAR3) avançou 5,78% com o setor de varejo como um todo na ponta positiva, em meio a expectativas sobre o potencial efeito no consumo com a liberação de saques do FGTS, que o governo calcula que injetará 30 bilhões de reais na economia este ano. MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) e B2W (SA:BTOW3) valorizaram-se 1,57% e 2,4%, respectivamente.
- VALE (SA:VALE3) caiu 2,14%, pressionada pelo declínio nos preços do minério de ferro na China, na esteira do anúncio da mineradora brasileira de que recebeu autorização para retomar parcialmente as operações de seu complexo de Vargem Grande. CSN (SA:CSNA3) perdeu 3,92%. USIMINAS PNA (SA:USIM5) cedeu 1,43% e GERDAU PN (SA:GGBR4) recuou 1,49%.
- WEG (SA:WEGE3) subiu 1,86%, após a fabricante de motores elétricos e tintas industriais divulgar alta de 15,6% no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes, a 389 milhões de reais, apoiada em crescimento de exportações e melhoras operacionais. Analistas do Itaú BBA consideraram os números sólidos.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4 fechou em baixa de 0,62%, conforme o petróleo também piorou no exterior.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 1,88%, antes da divulgação do resultado trimestral na quinta-feira cedo, enquanto o rival ITAÚ UNIBANCO (SA:ITUB4), que apresenta seus números na próxima semana, caiu 0,08%. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) avançou 1,81%.
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