Com queda de 14,4% no lucro líquido, Lojas Renner tem queda de mais de 2%
Na parte da manhã desta quarta-feira na bolsa paulista, as ações da Lojas Renner (SA:LREN3) operam com forte queda 2,02% a R$ 47,59, figurando assim entre as maiores quedas do Ibovespa no momento. A varejista de fast-fashion anunciou uma queda de dois dígitos no lucro líquido do segundo trimestre, refletindo uma maior alíquota de imposto de renda e provisões para participação nos lucros, além de efeitos cambiais que pressionaram as margens.
Com base na norma contábil internacional IFRS 16, a companhia teve lucro líquido de 235 milhões de reais entre abril e junho, queda de 14,4% na comparação anual. O desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) total ajustado subiu 1,8% ano a ano, para 441,9 milhões de reais.
A receita líquida da rede de varejo no segundo trimestre subiu 13,4 por cento, para 2,019 bilhões de reais, e as despesas operacionais cresceram 1,2 por cento, para 683,8 milhões. As vendas mesmas lojas tiveram alta de 9,2 por cento ante expansões de 12,7 por cento no primeiro trimestre e de 2,5 por cento no segundo trimestre do ano passado.
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), os números foram mais fracos do que o esperado, o que deve gerar uma reação negativa no curto prazo. No entanto, a equipe acredita que alguns dos efeitos negativos do segundo trimestre são temporários (como desaceleração nas vendas nas mesmas lojas, efeitos cambiais menos favoráveis e maiores despesas de marketing).
Os analistas se mantêm otimistas com a ação por um tempo, refletindo seu histórico consistente e único de status como a melhor posicionada em um segmento de varejo de vestuário fragmentado. Enquanto isso, o gerenciamento superior e o histórico da Renner merecem um prêmio, o que poderia criar um ponto de entrada interessante em caso de reação negativa no curto prazo.
Os analistas da Mirae Asset destacam que a empresa novamente reportou um sólido resultado operacional e registrou crescimento acima da média do setor. O resultado operacional e o lucro líquido ficaram ligeiramente abaixo do esperado por eventos não recorrentes e pontuais. Eles mantêm o otimismo com a empresa e com o setor, uma vez, que com a retomada da economia, esperada a partir do 4T19 e em 2020, com juros e inflação baixos, o setor de varejo deverá ser favorecido. No momento a recomendação segue neutra e esperam revisão de preço alvo para patamar superior ao longo do ano.
"Este trimestre foi de mais lento crescimento operacional, mas os terceiro e quarto trimestres devem mostrar um cenário mais positivo", disse o vice-presidente financeiro da Lojas Renner, Laurence Gomes, à Reuters.
O executivo comentou que os estoques da rede estão em nível saudável apesar do inverno ter vindo mais tarde que o costume no país neste ano e a companhia não terá que recorrer a descontos em preços nos próximos meses, o que deve beneficiar as margens. A liberação de saques no FGTS anunciada pelo governo federal na semana passada também pode favorecer a Lojas Renner, disse Gomes. "Qualquer medida de estímulo melhora a confiança, mas o que realmente vai impulsionar a recuperação da economia é a continuidade das reformas econômicas", disse o executivo.
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