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AT&T não tem interesse na compra da Oi, diz Valor; ações caem mais de 10%

25/09/2019 11h54

A companhia americana AT&T não tem planos para a compra da brasileira Oi (OIBR3; OIBR4), fazendo com que o leque de opções da tele para superar a fase de recuperação judicial seja ainda mais limitado, dificultando a venda de operações móveis e a contratação de financiamentos. As informações são da edição desta quarta-feira do Valor Econômico, citando fontes do governo federal.

Com isso, as ações da companhia operavam com forte queda de 11,54% a R$ 0,92, por volta das 11h45.

Uma das questões principais é que uma venda da operação de telefonia móvel, para a Vivo ou TIM (SA:TIMP3), precisaria ser aprovada por uma nova assembleia de credores, informa o jornal citando o entendimento de alguns interlocutores governamentais.

LEIA MAIS: Operadoras locais podem comprar ativos fatiados da Oi em 2020, diz Estadão

Em dezembro de 2017, foi aprovada em assembleia a "consolidação substancial" das dívidas de todas as sete empresas do Grupo Oi em recuperação judicial. Por isso, não há de se falar em Oi Móvel e Oi Fixa, já que as dívidas de todos os CNPJs foram juntadas em uma única dívida. Com isso, o entendimento é que deveria acontecer uma nova assembleia para o desmembramento do montante devido.

De acordo com a publicação, o maior problema é que a consolidação material do Grupo Oi está longe de ser unanimidade entre os advogados especializados em recuperação judicial. Uma possibilidade seria a apresentação de uma proposta de venda dos ativos móveis à Justiça, mas não a realização de nova assembleia.

O Valor cita uma fonte que confirmou diretamente com CEO da AT&T, Randall Stephenson a disposição de investir no Brasil, uma vez solucionada a questão da Lei do Serviço de Acesso Condicionado. Mas, ao ser questionado se esse investimento se daria na área de infraestrutura, o executivo americano foi categórico: "Ele me disse, olhando no meu olho: 'Não, estou falando de investimento em conteúdo'", contou a fonte.

A possibilidade de um negócio entre as empresas passou a circular no mercado depois da reunião de Randall com o presidente Jair Bolsonaro, no fim de agosto. A compra do conglomerado Time Warner pela AT&T, um negócio de US$ 85 bilhões, a atual legislação limita a participação acionária entre produtoras e distribuidoras de conteúdo.