Negócio da moda pode ser armadilha; conheça os cuidados
À primeira vista, quem vê as filas de clientes nas lojas iogurte frozen ou a coqueluche de pessoas gastando em sites de compras coletivas pode pensar que os donos desses "negócios da moda" encontraram o mapa da mina. Mas o investimento em mercados de ascensão rápida é de risco e exige cuidados do empreendedor, pois o sucesso pode não ser duradouro.
O empresário Roberto Nishiwaki administrou a primeira franquia da rede de sorvetes de iogurte Yogoberry, aberta em julho de 2009 em São Paulo. O retorno financeiro foi tão rápido que ele expandiu os seus negócios com outras três lojas da rede. Ao todo, a franquia Yogoberry tem 105 unidades pelo país. Em 2011, as lojas de Roberto tiveram um aumento de 30% no seu faturamento.
Mesmo com todo esse sucesso, Roberto observa que o lucro agora já é bem menor do que há dois anos. “Quando abrimos a primeira loja, éramos os únicos e teve retorno rápido. Mas hoje demora mais porque tem muita concorrência.” O empresário diz que o negócio valeu a pena, mas depois que abrir mais uma loja da marca neste ano pretende parar de expandir o negócio. Ele acha que o modismo deve passar e, antes que isso aconteça, ele já planeja começar a explorar outra área.
Segundo Gustavo Carrer, consultor do Sebrae-SP, investir em negócio da moda é um risco e para saber quando entrar e sair do mercado é necessário conhecer o ciclo do produto. Inicialmente, um novo negócio é experimentado por consumidores arrojados, os primeiros a provar novidades. Se a moda pegar, haverá muita demanda pelo produto e poucas lojas. O ideal é que o empreendedor identifique a oportunidade e entre no mercado no momento em que há poucos concorrentes.
O passo seguinte, e mais crítico, segundo o consultor, é a entrada de muitos competidores, quando o mercado fica saturado e pode ocorrer um desequilíbrio na oferta. Neste momento, não é recomendável entrar no negócio. Somente depois de superadas essas fases é possível saber se o produto é ou não uma moda passageira.
Diferenciais ajudam empresário a sobreviver em mercado saturado
Uma alternativa para continuar competitivo no mercado é diferenciar seu negócio, buscando novos nichos de mercado ou oferecendo produtos e serviços distintos. Foi o que o empresário Sérgio Kobashigawa, que abriu uma temakeria na zona leste de São Paulo em maio de 2008, conseguiu fazer. Quando inaugurou o restaurante, os cones de arroz e peixe cru estavam no auge da moda e o mercado cheio de franquias que serviam temaki em pequenas lojas de shopping centers.
Embora a procura pelo o produto ainda fosse grande, a concorrência era acirrada. A solução para se diferenciar no mercado foi fugir do fast-food. “Gostaria que a pessoa sentasse com calma e tivesse um bom atendimento num lugar aconchegante”, diz.
Foi quando Sérgio introduziu outros pratos japoneses em seu restaurante que não eram servidos nas redes de shopping centers. Quatro anos depois, a moda do temaki passou e a variedade do menu ajudou o negócio a sobreviver. Os clientes pedem cada vez menos temakis e mais os outros pratos. Sérgio tenta manter sempre um diferencial em seu estabelecimento. Neste ano, trocou os cardápios de papel por iPads onde o cliente faz os pedidos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.