Veja quando vale a pena mudar de banco por causa dos juros
A guerra para a redução das taxas se intensificou desde o começo de abril, com Banco do Brasil e Caixa anunciando cortes nos juros numa tentativa de forçar uma redução por bancos privados, que acompanharam o movimento.
Especialistas em finanças pessoais e direitos do consumidor dizem, porém, que a decisão sobre permanecer cliente de uma instituição ou migrar para outra deve levar em consideração outros aspectos além dos juros cobrados nos financiamentos.
É preciso analisar, por exemplo, os preços dos pacotes de tarifas de cada banco e se as taxas menores estão disponíveis também para clientes antigos.
Troca de banco também deve considerar tarifas
Trocar de banco apenas por causa da redução dos juros, porém, pode não ser a melhor opção. "É preciso, por exemplo, pesquisar os preços das tarifas de serviços cobradas pelos outros bancos e o custo efetivo total das operações", aconselha a coordenadora institucional da associação de consumidores Proteste, Maria Inês Dolci.
O custo efetivo total deve ser informado obrigatoriamente pelos bancos e mostra o real gasto que o cliente terá com um financiamento, incluindo, além dos juros, o preço de seguros e impostos, por exemplo.
Maria Inês Dolci diz que o consumidor deve analisar, também, o histórico do relacionamento do banco com os clientes, o que pode ser feito acessando-se um ranking de reclamações, como o do Procon-SP.
A dica do consultor financeiro Conrado Navarro é que o cliente vá até o banco para o qual pretende migrar e peça uma simulação de um empréstimo, para que possa comparar com o que paga hoje em outra instituição.
"A mudança pode, sim, valer a pena", diz Navarro. "Mas, para não perder os clientes atuais, os outros bancos tendem a oferecer benefícios, que devem ser analisados."
Até por isso, manter-se no mesmo banco também pode ser vantajoso. Para o professor de finanças pessoais Ricardo José de Almeida, do Insper, os bancos deverão oferecer vantagens, como tarifas menores, para clientes que têm produtos adicionais, como seguros e aplicações financeiras.
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