Fabricante do Johnnie Walker compra cachaça Ypioca por R$ 930 mi
O grupo britânico de bebidas Diageo, produtor do uísque Johnnie Walker e da vodca Smirnoff, anunciou nesta segunda-feira (28) um acordo para comprar a marca Ypióca de sua família controladora, além de parte dos ativos de produção e distribuição da cachaça, num negócio de cerca de 300 milhões de libras (cerca de R$ 900 milhões).
Com isso, o grupo britânico espera ter metade das suas vendas em mercados emergentes até 2015.
Assim como outros grupos internacionais de bebida, a Diageo tenta se fazer presente em países emergentes para compensar a demanda instável na Europa.
Ypióca é líder no segmento premium de cachaça
A Ypióca é a terceira maior marca do mercado de cachaça e líder de um segmento de rápido crescimento dessa bebida, o premium. A cachaça responde por cerca de 80% da indústria brasileira de bebidas destiladas.
Fundada em 1846 e com sede em Fortaleza, a Ypióca emprega cerca de 3.200 funcionários e tem cinco fábricas no país.
Diageo aposta em mercados emergentes
"O Brasil é atrativo, um mercado de rápido crescimento para a Diageo, com demografia favorável e crescente renda disponível. A aquisição da Ypióca nos dá a marca premium líder na maior categoria local de bebidas destiladas", disse o presidente-executivo da Diageo, Paul Walsh.
O grupo Diageo há muito tempo negocia com a dona da Jose Cuervo para ter uma parte da marca líder de tequila, avaliada em mais de US$ 3 bilhões. Algumas fontes dizem que as negociações esfriaram por causa de problemas relacionados ao controle da marca.
A companhia londrina recentemente investiu em negócios como a Mey Icki (Turquia) e ShuiJingfang (China) para aumentar as vendas nos países emergentes, que atualmente respondem por quase 40% do total da Diageo.
Negócio
A Diageo disse que a aquisição da Ypióca deve ser neutra para o lucro no primeiro ano de controle e cobrir o custo de capital até o quinto ano após a aquisição, o que analistas dizem estar em linha com os negócios recentes. O grupo britânico não deu números exatos de lucro para a companhia brasileira.
"Nós consideramos positivo esse tipo de negócio em países emergentes, dando a liderança em marca premium local e sinergia em distribuição a médio prazo para as bebidas destiladas internacionais da Diageo", disse a analista do UBS, Melissa Earlam.
Ela estima que a Diageo tenha pago 19 vezes o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) pelo negócio e estima uma margem Ebtida de 25% nas vendas anuais de 60 milhões de libras.
(Com informações da Reuters)
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