Empresa de segurança amplia receita após melhorar gestão e cresce 50% ao ano
Uma boa gestão pode melhorar significativamente os resultados de uma empresa. A Proguarda, que presta serviço de vigilância e segurança em Goiânia (GO), conseguiu fazer sua receita líquida deste ano já superar a de 2011 e, nos últimos três anos, sua taxa de crescimento tem sido em torno de 50%. O valor é acima da média de crescimento do setor, que no ano passado foi de 13%, segundo a Abese (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança).
O diretor Adriano Fonseca atribui os números à adoção de boas práticas corporativas, que começou há cinco anos. “A governança corporativa demonstra ao mercado a transparência da nossa empresa e abriu muitas portas junto a grandes empresas nacionais e multinacionais, que prezam pela idoneidade de seus fornecedores.”
Entre os clientes da Proguarda estão Odebrecht, BRMalls, Neoquímica, Parmalat, Cargill e Casas Bahia.
Consultores e especialistas afirmam que empresas com administração transparente, processos bem estruturados, gestão financeira, gestão de pessoas e cultura bem definida têm mais oportunidades no mercado. O conjunto dessas práticas, a governança corporativa, pode fazer com que um negócio conquiste grandes clientes, certificações e até investidores.
Controle de caixa é a base para uma boa gestão
Roberto Faldini, co-fundador do IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), diz que a governança corporativa é o conjunto de regras básicas para que a empresa se relacione com seus públicos e melhore seu desempenho. Ele diz que a principal ferramenta para isso é controle de caixa.
"Ter recursos é mais importante do que ter resultados no curto prazo. Um planejamento cuidadoso de entradas e despesas permite que a empresa passe por momentos negativos e sobreviva para depois crescer."
Outro ponto fundamental da governança corporativa é a gestão de pessoas. "Equipamentos e matérias-primas não fazem nada sozinhos. Ter pessoas capacitadas é um ponto-chave para a organização", afirma Faldini.
Micro e pequenas empresas também devem profissionalizar gestão
Para o consultor Fábio Cornélio, diretor da FCL Consultores, consultoria de gestão especializada em micro, pequenas e médias empresas, é importante que o empreendedor conheça os conceitos para ter uma administração profissional em seu negócio.
“Ter um presidente ou um conselho de administração para tomar decisões, possuir indicadores de desempenho para mensurar resultados, definir aonde a empresa quer chegar e os caminhos e estratégias para isso é fundamental para o futuro do negócio”, declara. Grandes empresas costumam ter ações mais robustas, como auditorias externas e relatórios com divulgação de resultados.
A prestação de contas ajuda a conquistar grandes clientes que já têm gestão profissionalizada e até a atrair investidores estrangeiros. “O Brasil está vivendo um momento importante, em que empresas de todo o mundo estão olhando para nós. Muitas estão entrando no país por meio de investimentos em empresas nacionais. Nós precisamos nos estruturar para conseguirmos esses investimentos”, declara.
Antes de compartilhar metas e resultados com o mercado, é necessário dividir essas informações com os funcionários. Isso passa confiança e desperta o comprometimento das pessoas. “Todos precisam ser envolvidos para serem cobrados”, diz o consultor.
O empreendedor Adriano Fonseca, diretor da Proguarda, empresa de serviços em segurança e vigilância, diz que a transparência fortalece os laços de parceria entre a empresa, seus funcionários e clientes. “É mais fácil conviver com quem te diz a verdade do que com quem não te diz nada. Abrir certas informações estratégicas passa credibilidade e cria afinidade”, afirma.
Busca de certificações cria processos e muda cultura do negócio
A Proguarda possui a certificação ISO 9001, de gestão da qualidade, o CRS (Certificado de Regularidade em Segurança), emitido pelo SESVESP (Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica, Serviços de Escolta e Cursos de Formação do Estado de São Paulo), que avalia se a empresa está de acordo com a legislação trabalhista e as normas da Polícia Federal, que rege o setor. Além disso, também tem a chancela da auditoria externa KPMG, que atesta a conformidade tributária, fiscal e trabalhista da empresa.
“As certificações mexem com toda a estrutura e a cultura da empresa. É necessário redesenhar processos e incluir novos procedimentos. Às vezes, perdemos funcionários, que não se adaptam. Mas, o esforço vale a pena. Se pensarmos no curto prazo, as mudanças necessárias para certificação trazem despesas, mas em longo prazo, geram retorno financeiro, com a chegada de novos e maiores clientes”, declara Fonseca.
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